80 ANOS DO BOMBARDEIO

Papa recorda Hiroshima e Nagasaki: a paz exige rejeição das armas

Em mensagem ao bispo de Hiroshima, Leão XIV reflete sobre agressões sofridas pelo povo japonês, cita Papa Francisco e defende desarmamento nuclear

Da Redação, com Vatican News

Nuvens de fumaça provocadas pelas explosões das bombas atômicas em Hiroshima (à esq.) e Nagasaki (à dir.) / Fotos: George R. Caron | Charles Levy

A Sala de Imprensa da Santa Sé divulgou nesta terça-feira, 5, uma mensagem do Papa Leão XIV em memória aos bombardeios atômicos em Hiroshima e Nagasaki, no Japão. O lançamento das bombas pelos Estados Unidos em 6 e 9 de agosto de 1945, ao final da Segunda Guerra Mundial, completa 80 anos.

No texto enviado ao bispo de Hiroshima, Dom Alexis Mitsuru Shirahama, o Pontífice expressa respeito e afeto pelos sobreviventes. Para ele, tais histórias de perda e sofrimento representam um chamado urgente à construção de um mundo mais seguro e à promoção de um autêntico clima de paz.

Décadas depois, as cidades japonesas ainda recordam os profundos horrores causados pelas bombas atômicas. “Suas ruas, escolas e habitações ainda carregam as cicatrizes, visíveis e espirituais, daquele fatídico agosto de 1945″, escreveu o Santo Padre.

Leão XIV recordou seu predecessor, o Papa Francisco, reiterando as palavras tantas vezes proferidas pelo Pontífice argentino: “a guerra é sempre uma derrota para a humanidade”.

Rejeitar todos os dispositivos explosivos

O Santo Padre também relembrou o médico e escritor japonês Takashi Nagai, um dos sobreviventes dos ataques de 1945, que escreveu: “a pessoa que ama é a pessoa corajosa que não porta armas”. Neste contexto, afirmou que a paz autêntica exige a rejeição de todos os dispositivos explosivos, especialmente as armas nucleares, que “ofendem a nossa comum humanidade e traem a dignidade da criação, cuja harmonia somos chamados a proteger”.

Voltando a citar o Papa Francisco, Leão XIV define Hiroshima e Nagasaki como símbolos da memória em um tempo marcado por crescente tensão e conflito global e que exortam à rejeição da ilusão de uma segurança fundada na ameaça de destruição recíproca assegurada. Em vez disso, pontuou, deve-se forjar uma ética global enraizada na justiça, na fraternidade e no bem comum.

Por fim, o Pontífice faz votos que o aniversário dos bombardeamentos sirva como um chamado à comunidade internacional para renovar seu compromisso com a busca de uma paz duradoura, compartilhada por toda a humanidade.

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