Leão XIV recebeu, em audiência, os membros do Comitê Conjunto do Conselho das Conferências Episcopais da Europa (CCEE) e da Conferência das Igrejas Europeias (CEC)
Da Redação, com Vatican News

Foto: ZUMA Press Wire via Reuters
Na manhã desta quinta-feira, 6, o Papa Leão recebeu em audiência, na Sala do Consistório do Palácio Apostólico, os membros do Comitê Conjunto do Conselho das Conferências Episcopais da Europa (CCEE) e do Conferência das Igrejas Europeias (CEC), signatários da renovada Charta Oecumenica. O documento, assinado ontem na igreja do Martírio de São Paulo, junto à Abadia das Três Fontes, em Roma, foi originalmente promulgado em 2001 e representou, segundo recordaram os signatários, “uma pedra fundamental da cooperação ecumênica europeia”. O processo de revisão, iniciado em 2022, envolveu um longo e minucioso trabalho conjunto entre as Igrejas cristãs do continente.
Em seu discurso, o Papa acolheu os participantes com as palavras do apóstolo Paulo: “Graça, misericórdia e paz da parte de Deus Pai e de Cristo Jesus, nosso Senhor” (1Tm 1,2). O Pontífice destacou que, passados 25 anos da primeira assinatura da Charta, tornou-se necessário “revisar o contexto do documento, olhar novamente para a situação da Europa e para as preocupações contemporâneas comuns na missão de proclamar o Evangelho”.
Desafios e esperança no caminho ecumênico
Leão XIV observou que, embora existam sinais encorajadores de crescimento cristão em várias regiões da Europa, muitas comunidades se percebem hoje em minoria. O Santo Padre lembrou ainda a diversidade cultural trazida por novas gerações e povos recém-chegados, afirmando que há muitas vozes novas a serem ouvidas e histórias a serem acolhidas.
Nesse contexto, sublinhou a urgência do diálogo e da fraternidade em meio aos conflitos e à violência que afetam o continente. “Somente a graça, a misericórdia e a paz do Senhor poderão nos indicar o caminho mais convincente para anunciar Cristo nesses contextos em constante mudança.”
Barulho da violência e da guerra
Referindo-se ao novo texto da Charta Oecumenica, o Papa afirmou que é um testemunho da disponibilidade das Igrejas da Europa para olhar a história através dos olhos de Cristo. Com a ajuda do Espírito Santo, acrescentou, todos serão capazes de compreender onde houve êxito, falha e para onde deve-se ir para proclamar novamente o Evangelho.
“Existem muitas vozes novas para ouvir e histórias para acolher através de encontros diários e relações mais estreitas, sem falar na urgência de promover o diálogo, a concórdia e a fraternidade em meio ao barulho da violência e da guerra, cujos ecos se ouvem em todo o continente”, disse.
Caminho sinodal e ecumênico: um mesmo percurso
Leão XIV reiterou que “na Igreja Católica, o caminho sinodal é ecumênico, assim como o caminho ecumênico é sinodal”, citando o Documento Final da XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos. Segundo o Papa, a nova Charta reforça “o caminho comum empreendido por cristãos de diferentes tradições na Europa, capazes de se escutarem e discernirem juntos, a fim de anunciar o Evangelho com maior eficácia”.
Entre os resultados mais relevantes da revisão, o Santo Padre destacou a capacidade das Igrejas de ter uma visão comum sobre os desafios contemporâneos e definir prioridades para o futuro do continente, mantendo firme a confiança na importância infinita do Evangelho.
“Jesus Cristo é nossa esperança”
Ao final, o Santo Padre disse que em sua próxima viagem ao local do Concílio de Niceia pretende encontrar e rezar com chefes de Igrejas e líderes de comunidades cristãs, para celebrar juntos Jesus Cristo como Senhor e Salvador.
“Neste Ano Jubilar desejo proclamar a todos os povos da Europa que Jesus Cristo é nossa esperança, pois Ele é ao mesmo tempo o caminho que devemos seguir e o destino último de nossa jornada espiritual”, ressaltou.




