Nesta sexta-feira, 27, Pontífice presidiu a Santa Missa da Solenidade do Sagrado Coração de Jesus e ordenou novos sacerdotes para a Igreja
Julia Beck
Da Redação

Papa durante ordenação sacerdotal nesta sexta-feira, 27 /Foto: REUTERS/Remo Casilli
Na Solenidade do Sagrado Coração de Jesus, Papa Leão XIV presidiu a Santa Missa na Basílica de São Pedro. A celebração desta sexta-feira, 27, contou com a ordenação sacerdotal de alguns diáconos, entre eles um brasileiro, Lucas Soares, da Arquidiocese de Brasília. A data também é marcada pelo Dia Mundial de Oração pela Santificação Sacerdotal.
Em sua homilia, o Santo Padre lembrou do Jubileu dos Seminaristas, dos Bispos e dos Sacerdotes – iniciado na última segunda-feira, 23. Este grande evento jubilar foi dividido em três partes: primeiro com atividades direcionadas aos seminaristas, depois aos bispos e, por fim, aos sacerdotes. Deste modo, a Santa Missa do Sagrado Coração de Jesus está inserida na programação voltada para os presbíteros – no entanto, também marcou o encerramento deste jubileu.
Leão XIV afirmou que, nos últimos dias, foram muitos os padres que se reuniram diante do túmulo do apóstolo Pedro, atravessaram a Porta Santa e buscaram mergulhar de novo as “vestes batismais e sacerdotais no Coração do Salvador”. Falar do Coração de Cristo neste contexto, explicou o Santo Padre, é falar de todo o mistério da encarnação, morte e ressurreição de Jesus.
Palavra de Deus
As leituras do dia foram então esmiuçadas na reflexão do Papa, que buscou conscientizar os sacerdotes sobre o modo como todos podem contribuir para a obra de salvação do Senhor. Ao comentar a primeira leitura (Ez 34, 11-16), o Pontífice afirmou que os padres são chamados a transparecer o amor de Deus, sem fomentar divisões ou ódios.
Em referência à segunda leitura (Rm 5, 5-11), Leão XIV pediu aos padres que colaborem com o Senhor, colocando a Eucaristia no centro de suas existências, e, através da oração, da meditação da Palavra e do exercício da caridade, conformarem cada vez mais o coração com o do “Pai das misericórdias”.
Já o Evangelho (Lc 15, 3-7) é um convite a viver a caridade pastoral com a mesma magnanimidade do Pai, cultivando o Seu desejo: de que ninguém se perca, mas que todos, também através dos sacerdotes, cheguem ao conhecimento de Cristo e n’Ele tenham a vida eterna. “É um convite a tornar-nos intimamente unidos a Jesus”, indicou.

Papa durante ordenação sacerdotal nesta sexta-feira, 27 /Foto: VATICAN MEDIA Catholic Press Photo via Reuters
Segundo o Papa, os padres devem ser semente de concórdia no meio dos irmãos, carregando sobre os ombros quem se perdeu, perdoando quem errou, indo à procura de quem se afastou ou foi excluído, cuidando de quem sofre no corpo e no espírito.
Leão XIV citou um trecho da Encíclica Dilexit nos, do Papa Francisco: “Da ferida do lado de Cristo continua a correr aquele rio que nunca se esgota, que não passa, que se oferece sempre de novo a quem quer amar. Só o seu amor tornará possível uma nova humanidade”.
Ministério sacerdotal

Papa durante ordenação sacerdotal nesta sexta-feira, 27 /Foto: VATICAN MEDIA Catholic Press Photo via Reuters
Depois, o Santo Padre enfatizou que o ministério sacerdotal é um ministério de santificação e de reconciliação para a unidade do Corpo de Cristo. Ele afirmou que o Concílio Vaticano II impulsionou os presbíteros a se esforçarem pela unidade com o bispo e no presbitério. A célebre frase de Santo Agostinho foi então recordada: “Para vós sou bispo, convosco sou cristão” (Sermão 340, 1).
Leão XIV mencionou a Missa que marcou o início de seu ministério petrino e seu grande desejo por uma Igreja unida, que se torne fermento para um mundo reconciliado. “Volto, hoje, a partilhá-lo com todos vós: reconciliados, unidos e transformados pelo amor que jorra copiosamente do Coração de Cristo, caminhemos juntos nas suas pegadas, humildes e decididos, firmes na fé e abertos a todos na caridade, levemos ao mundo a paz do Ressuscitado”, frisou.
Ao voltar-se para os novos sacerdotes, pediu para amarem a Deus e aos irmãos, que sejam generosos, fervorosos na celebração dos Sacramentos, na oração, especialmente na Adoração, e no ministério; que sejam próximos do povo, doando tempo e energia por todos, sem fazer distinções; e que lembrem das figuras “maravilhosas de santidade sacerdotal” existentes na Igreja e as imitem.
Por fim, confiou todos à proteção da Virgem Maria, Mãe dos sacerdotes e Mãe da esperança: “que Ela acompanhe e sustente os nossos passos, para que cada dia configuremos mais o nosso coração com o de Cristo, supremo e eterno Pastor”.

Papa durante ordenação sacerdotal nesta sexta-feira, 27 /Foto: VATICAN MEDIA Catholic Press Photo via Reuters