MENSAGEM

Papa: migrantes e refugiados podem ser testemunhas de esperança

Recebendo participantes da conferência ‘Refugiados e migrantes na nossa Casa Comum’, Leão XIV pediu uma cultura de reconciliação contra a “globalização da impotência” 

Da redação, com Vatican News

Campo de refugiados na Grécia / Foto: Julie Ricard por Unsplash

Na Sala Clementina, no Vaticano, o Papa Leão XIV recebeu os participantes da conferência “Refugiados e migrantes na nossa Casa Comum”. A iniciativa é parte do projeto de três anos para criar “planos de ação” com foco em quatro pilares principais: ensino, pesquisa, serviço e advocacia.

“Esses pilares fazem parte da mesma missão: reunir vozes de destaque em diversas disciplinas para responder aos desafios urgentes atuais trazidos pelo número crescente de pessoas, agora estimado em mais de 100 milhões, afetadas pela migração e pelo deslocamento. Rezo para que seus esforços possam gerar novas ideias e abordagens nesse sentido, buscando sempre colocar a dignidade de cada pessoa humana no centro de qualquer solução”, disse o Santo Padre aos participantes.

Leão XIV recordou seu predecessor, Papa Francisco, que criticava o que chamava de “globalização da indiferença”. “Nós nos acostumamos com o sofrimento dos outros e não tentamos mais aliviá-lo”, lamentou o Bispo de Roma. “Isto pode levar ao que anteriormente referi como uma ‘globalização da impotência’, na qual corremos o risco de ficar imóveis, silenciosos, talvez tristes, pensando que nada pode ser feito quando nos deparamos com um sofrimento inocente.

Combater a “globalização da impotência”

Papa Francisco também costumava dizer que o antídoto para a globalização da indiferença seria a cultura do encontro. Leão XIV destacou a necessidade de trabalhar para enfrentar a globalização da impotência, fomentando uma cultura de reconciliação. “Nessa forma particular de encontrar os outros, devemos nos encontrar curando nossas feridas, perdoando-nos pelo mal que fizemos e também pelo mal que não fizemos, mas que carregamos os efeitos”, disse. “Isso requer paciência, disposição para ouvir, capacidade de nos identificarmos com a dor dos outros e o reconhecimento de que temos os mesmos sonhos e as mesmas esperanças”, observou Leão XIV.

Por fim, o Pontífice reforçou o conceito de que migrantes e refugiados podem ser testemunhas da esperança por meio da resiliência e da fé em Deus. “Muitas vezes, eles mantêm a força enquanto buscam um futuro melhor, apesar dos obstáculos que encontram. Enquanto nos preparamos para celebrar os Jubileus dos Migrantes e das Missões neste Ano Santo Jubilar, encorajo-os a destacar esses exemplos de esperança nas comunidades daqueles a quem servem. Dessa forma, eles podem ser uma inspiração para outros”, finalizou.

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