Após ataque terrestre de Israel à cidade de Gaza, o Papa Leão XIV voltou a telefonar para o padre responsável pela Paróquia Sagrada Família, a única igreja católica no enclave. O Pontífice esteve em Castel Gandolfo, onde recebeu o patriarca da Igreja Apostólica Armênia, Karekin Segundo. A busca pela paz foi um dos assuntos.
Reportagem de Adilson Sabará
Imagens de Vatican News, Reuters e Rede Social Padre Gabriel
O exército israelense intensificou as operações em Gaza. As tropas terrestres atuam no enclave e o número de soldados deve aumentar nos próximos dias. De acordo com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, o objetivo é derrotar os cerca de 3.000 combatentes do Hamas que se escondem na cidade e retirar a população local por rotas adicionais.
Com os novos ataques à região, o Papa Leão XIV voltou a telefonar ao pároco da única Igreja Católica em Gaza, padre Gabriel Romanelli. Em vídeo divulgado pelo sacerdote, é possível ver fiéis reunidos em oração quando o estrondo de um ataque rompe o silêncio do templo.
Mesmo assim, eles permanecem rezando, acostumados ao horror diário da guerra.
Além dos paroquianos, o sacerdote e outros religiosos seguem prestando ajuda a cerca de 450 refugiados no complexo católico com refeições, água e medicamentos.
O Papa manifestou preocupação com a intensificação da violência e garantiu ao padre Gabriel e a todos que buscam refúgio na paróquia sua proximidade e orações.
O último telefonema do Papa para o padre Gabriel havia sido há uma semana, quando Israel emitiu ordem de retirada imediata para os moradores da cidade de Gaza. Naquela noite, padre Romanelli, por meio de redes sociais, confirmou ter falado com o Papa Leão e disse: “Ter sido grande a alegria do telefonema e ter recebido uma vez mais a bênção apostólica do Santo Padre”.
Uma comissão de inquérito das Nações Unidas concluiu hoje que Israel cometeu genocídio em Gaza e que altas autoridades do país, incluindo o primeiro ministro Benjamin Netaniarro, incitaram esses atos.
O relatório cita como exemplos ataques em massa, bloqueio de ajuda humanitária e deslocamentos forçados, entre outras acusações. O governo israelense e o embaixador do país na ONU classificaram o relatório como escandaloso e falso.
O Papa Leão XIV mantém o olhar atento às guerras que ainda assolam o mundo de Gaza e da Terra Santa à Ucrânia, passando por conflitos na África e na Ásia. O Pontífice insiste no diálogo e na busca pela harmonia entre os povos. Em Castel Gandolfo, recebeu o líder da Igreja Apostólica Armênia, Karekin II.
No encontro fraterno e cordial, foram tratadas questões eclesiais e a busca por uma paz sustentada na justiça. O patriarca convidou o Papa a visitar a Armênia. Recentemente, o governo armênio assinou um acordo de paz com o Azerbaijão, encerrando décadas de disputas territoriais que provocaram duas guerras e inúmeros confrontos de fronteira.
Este foi o primeiro encontro de Karekin II com Leão XIV. O Santo Padre é o quarto pontífice a recebê-lo desde sua eleição, há 25 anos, como católicos de todos os armênios.