FORMAR CONSCIÊNCIAS

Papa enfatiza educação digital para proteger menores na era da IA

Leão XIV recebeu participantes de congresso sobre o tema, alertou sobre riscos de uso sem consciência das novas tecnologias e destacou papel dos responsáveis

Da Redação, com Vatican News

Foto: freepik

O Papa Leão XIV chamou a atenção para as transformações que a inteligência artificial está promovendo na educação, no entretenimento e na segurança dos menores. Nesta quinta-feira, 13, ele se encontrou com os participantes de um congresso em curso no Vaticano sobre a dignidade das crianças e adolescentes na era da IA.

“O uso da inteligência artificial levanta importantes questões éticas, especialmente quando se trata da proteção e da dignidade dos menores”, afirmou o Pontífice. Durante sua fala, exortou a comunidade internacional a colocar a pessoa humana, e especialmente os menores, no centro do desenvolvimento tecnológico.

Após saudar os presentes e agradecer por suas contribuições na área, o Santo Padre advertiu que as crianças e os adolescentes são particularmente vulneráveis à manipulação por meio de algoritmos de inteligência artificial. Diante disso, enfatizou a importância da vigilância e da formação, apontando como é fundamental que os pais e os educadores estejam conscientes dessas dinâmicas e que sejam desenvolvidas ferramentas para monitorar e controlar a interação com os dispositivos tecnológicos.

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Ao destacar o papel das instituições públicas e da comunidade internacional, Leão XIV sublinhou que os governos e as organizações internacionais têm a responsabilidade de desenvolver e implementar políticas que protejam a dignidade dos menores na era da IA. Além disso, pediu uma atualização das leis sobre proteção de dados e a criação de padrões éticos que orientem o uso das novas tecnologias.

Formar consciências

A resposta mais profunda e duradoura, porém, deve ser educativa. “Permanece insubstituível a prática de uma salvaguarda da dignidade dos menores que passe por uma educação digital”, afirmou o Papa, lembrando que a formação de consciências é o verdadeiro alicerce para o uso responsável das tecnologias emergentes.

“É necessário um trabalho educativo, cotidiano e constante, conduzido por adultos que, por sua vez, sejam formados e sustentados por redes de aliança educativa, em um processo de conhecimento dos riscos que o uso da inteligência artificial e o acesso precoce, sem limites e sem verificações, podem acarretar na vida relacional dos menores e em seu desenvolvimento”, indicou o Pontífice.

Somente a partir da consciência dos perigos e da formação de uma liberdade responsável que os jovens poderão fazer escolhas maduras no ambiente digital, salientou o Santo Padre. Ele sinalizou que, ao participarem da descoberta desses riscos, os menores poderão ser apoiados em sua relação com o mundo digital como um fortalecimento de sua capacidade de escolha, de modo responsável, em relação a si mesmos e aos outros.

Por fim, Leão XIV reafirmou a necessidade de que todo progresso tecnológico se mantenha subordinado ao respeito pela pessoa humana. Tal esforço deve ser orientado para condições que garantam o respeito à dignidade como valor primário. “Somente através de uma abordagem educativa, ética e responsável podemos assegurar que a inteligência artificial seja uma aliada no crescimento e no desenvolvimento dos menores, e não uma ameaça”, concluiu.

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