Encontro no Vaticano

Papa e presidente do Estado da Palestina: socorrer a população em Gaza

Primeiro encontro entre Leão XIV e Mahmoud Abbas aconteceu nesta quinta-feira, 6; necessidade do fim do conflito entre Hamas e Israel foi destacado

Da Redação, com Vatican News e agências

Foto: Vatican Media via AFP

O Papa Leão XIV recebeu em audiência, nesta quinta-feira, 6, no Vaticano, o presidente do Estado da Palestina, Mahmoud Abbas, por ocasião do 10º aniversário do Acordo Global entre a Santa Sé e o Estado da Palestina – datado de 26 de junho de 2015.

De acordo com um comunicado da Sala de Imprensa da Santa Sé, durante a cordial conversa, foi destacada a urgência de prestar socorro à população civil em Gaza e de pôr fim ao conflito, buscando a perspectiva da solução de dois Estados.

Reconhecimento do estado da Palestina

O reconhecimento da Palestina como Estado no cenário diplomático está em evolução. Ela foi declarada um estado em 12 de novembro de 1988. Em 2012, a Assembleia Geral das Nações Unidas conferiu ao Estado da Palestina o estatuto de “observador não-membro”. Até o momento, dos 193 estados-membros das Organizações das Nações Unidas, 147 reconheceram o Estado da Palestina, incluindo o Brasil e o Vaticano.

Este reconhecimento não implica automaticamente que todo Estado mantenha relações diplomáticas completas ou que haja solução final para a guerra na Faixa de Gaza – entre Israel e o grupo radical Hamas – mas um passo simbólico e diplomático significativo. As negociações de paz, as fronteiras, a soberania real e o controle territorial permanecem como grandes desafios.

Guerra

Uma guerra entre Israel e o Hamas teve início em 7 de outubro de 2023, quando o grupo palestino lançou um ataque surpresa contra o sul de Israel, matando cerca de 1.200 pessoas e levando aproximadamente 250 reféns para a Faixa de Gaza. Em resposta, Israel declarou guerra no dia seguinte, iniciando uma ofensiva militar de larga escala que resultou em milhares de mortos e destruição generalizada em Gaza.

Até o momento, a guerra ceifou a vida de aproximadamente dois mil israelenses e 60 mil palestinos. A Faixa de Gaza, local que sofreu maior destruição durante o conflito, teve 81% de sua estrutura danificada ou destruída, segundo avaliação por satélite da United Nations Office for the Coordination of Humanitarian Affairs (OCHA).

Em termos de reconstrução: estima-se que serão necessários mais de US$ 50 bilhões para a recuperação da Faixa de Gaza nos próximos 10 anos, segundo relatório de fevereiro de 2025, da Interim Rapid Damage and Needs Assessment (IRDNA).

Cessar-fogo

Até o momento, três “cessar-fogo” já aconteceram. O primeiro foi iniciado em novembro de 2023 e durou cerca de uma semana. O pacto previa entregas de reféns por parte do Hamas e de Israel, mas foi rompido após hostilidades retomadas e acusações mútuas de descumprimento. Nestes dias aproximadamente 105 reféns (incluindo cerca de 80 israelenses, 23 tailandeses e 1 filipino) foram libertados pelo Hamas e 240 prisioneiros por Israel.

Um segundo, mais abrangente, começou em 19 de janeiro passado. No primeiro dia, o Hamas libertou 3 reféns israelenses e Israel libertou 90 prisioneiros palestinos. Ele foi oficialmente suspenso em 18 de março, quando Israel reiniciou ataques em Gaza, alegando que o Hamas não havia cumprido algumas cláusulas do tratado.

O último cessar-fogo (que segue em vigor) foi anunciado há menos de um mês, em 9 de outubro. Ele foi aprovado pelo gabinete do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu em 10 de outubro. Todos os reféns que ainda estavam vivos já foram libertados. Corpos dos reféns mortos ainda não foram entregues pelo Hamas.

Fragilidade do acordo

Apesar do cessar-fogo, há vários relatos de violações, tensões e retrocessos, como: bombardeios aéreos, uso de drones e tiros diretos contra civis. A fragilidade do cessar-fogo tem colocando em risco sua continuidade, sendo a mediação internacional (via Qatar e Nações Unidas) considerada crucial para evitar que a trégua se desfaça em um novo ciclo de violência.

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