Catequese

Papa convida os fiéis a um exame de consciência no último dia de 2025

Na última catequese do ano, Leão XIV recorda a peregrinação do Ano Santo, a morte do Papa Francisco e as guerras em curso

Da Redação, com Vatican News

Papa sorri durante encontro catequético, vestindo batina branca e solidéu, em ambiente externo

Papa Leão XIV durante Audiência Geral desta quarta-feira, 31 /Foto: REUTERS/Remo Casilli

Na catequese da última Audiência Geral de 2025 realizada nesta quarta-feira, 31, na Praça São Pedro, o Papa Leão XIV fez uma reflexão “no último dia do ano civil, perto do final do Jubileu e em pleno período do Natal”.

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“O ano que passou foi certamente marcado por acontecimentos importantes: uns alegres, como a peregrinação de tantos fiéis por ocasião do Ano Santo; outros dolorosos, como o falecimento do Papa Francisco e as guerras que continuam a devastar o planeta”, frisou o Santo Padre.

Na conclusão deste ano, o Pontífice afirma que o convite da Igreja é para que os fiéis coloquem tudo diante do Senhor, confiem na sua Providência e Lhe peçam que, nos dias vindouros, se renovem na vida de cada pessoa e no mundo as maravilhas da sua graça e misericórdia.

“É neste contexto que se insere a tradição do canto solene do Te Deum, com o qual agradeceremos ao Senhor nesta noite os benefícios recebidos. Cantaremos: «Nós Vos louvamos, ó Deus», «em Vós esperamos», «Desça sobre nós a Vossa misericórdia»”, pontuou o Papa. 

Fazer um sincero exame de consciência

A este propósito, Leão XIV recordou que o Papa Francisco observou que, enquanto o agradecimento e a esperança mundanos são aparentes, nivelados pelo eu e pelos próprios interesses, nesta Liturgia respira-se uma atmosfera totalmente diferente: a do louvor, da admiração e da gratidão.

“É com estas atitudes que hoje somos chamados a meditar sobre o que o Senhor fez por nós no ano que passou, bem como a fazer um sincero exame de consciência, a avaliar a nossa resposta aos seus dons e a pedir perdão por todos os momentos em que não fomos capazes de valorizar as suas inspirações e investir da melhor forma os talentos que Ele nos confiou”, frisou.

Confirmar o compromisso com Cristo

De acordo com o Santo Padre, isso suscita uma reflexão sobre outro grande sinal que marcou os últimos meses: o da “viagem” e do “destino”. Ao longo deste ano,lembrou, inúmeros peregrinos vindos de todas as partes do mundo dirigiram-se ao Túmulo de Pedro para rezar e confirmar o próprio compromisso com Cristo. Esse movimento recorda que toda a vida humana é uma peregrinação, cujo destino último transcende o espaço e o tempo, e se realiza no encontro com Deus e na comunhão plena e eterna com Ele.

Essa súplica ressoa também na oração do Te Deum, quando se proclama: «Recebei-os na luz da glória, na assembleia dos vossos Santos». Não por acaso, o Papa ressaltou que São Paulo VI definia o Jubileu como um grande ato de fé na “espera de destinos futuros […] que já agora antecipamos e […] preparamos”.

Passagem pela Porta Santa: um sim a Deus

Ainda sob a luz escatológica do encontro entre o finito e o infinito, o Pontífice explicou que se insere um terceiro sinal: a passagem pela Porta Santa, realizada por tantos fiéis em atitude de oração, implorando indulgência tanto para si quanto para os próprios entes queridos. Segundo Leão XIV, esse gesto exprime o “sim” dado a Deus, que, com o seu perdão, convida a transpor o limiar de uma vida nova, animada pela graça, moldada pelo Evangelho e inflamada pelo amor ao próximo — entendido como todo ser humano necessitado de compreensão, ajuda, consolo e sacrifício, mesmo quando pessoalmente desconhecido, incômodo ou hostil, mas sempre dotado da incomparável dignidade de irmão.

O Papa acrescentou que esse “sim” traduz-se numa vida vivida com empenho no presente e orientada para a eternidade.

São Leão Magno e o Nascimento de Jesus

Ao meditar sobre esses sinais à luz do Natal, o Santo Padre recordou que São Leão Magno via na festa do Nascimento de Jesus a proclamação de uma alegria destinada a todos: para o justo, a proximidade da recompensa; para o pecador, a oferta do perdão; e para o pagão, o chamado à vida.

Segundo Leão XIV, esse convite estende-se hoje a todos: aos fiéis, santificados pelo Batismo, porque Deus se fez companheiro no caminho rumo à verdadeira Vida; aos pecadores, porque, alcançados pelo perdão, podem levantar-se e retomar o caminho com a sua graça; e, por fim, aos pobres e frágeis, porque o Senhor, assumindo a fragilidade humana, redimiu-a e revelou a beleza e a força presentes na sua perfeita humanidade.

São Paulo VI no final do Jubileu de 1975

Por fim, o Papa recordou as palavras com que São Paulo VI, no final do Jubileu de 1975, descreveu a sua mensagem fundamental: ela, disse ele, está contida numa só palavra: “Amor”. 

“Deus é Amor! Esta é a revelação inefável com que o Jubileu, com a sua pedagogia, com a sua indulgência, com o seu perdão e, finalmente, com a sua paz, cheia de lágrimas e alegria, procurou preencher os nossos espíritos hoje e as nossas vidas para sempre amanhã: Deus é Amor! Deus me ama! Deus esperava-me e eu reencontrei-o! Deus é misericórdia! Deus é perdão! Deus é salvação! Deus, sim, Deus é a vida! Que estes pensamentos nos acompanhem na passagem do ano velho para o novo, e então sempre, nas nossas vidas”, concluiu.

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