Por ocasião do seu Jubileu, o Papa Leão XIV reuniu-se, no Vaticano, com os Colaboradores Diplomáticos nas Nunciaturas Apostólicas
Da redação, com Vatican News

O Papa realiza uma audiência jubilar na Praça de São Pedro, no Vaticano / Foto: Guglielmo Mangiapane – Reuters
Na tarde desta segunda-feira, 17, o Papa Leão XIV encontrou-se, na Sala Clementina, no Vaticano, com os Colaboradores Diplomáticos nas Nunciaturas Apostólicas.
A presença de vocês é motivo de especial alegria para mim, pois é a primeira vez que os acolho a todos juntos. A ocasião é muito significativa: o Jubileu da Esperança. Vocês também, como tantos peregrinos, vieram a Roma, ao Túmulo do Apóstolo Pedro, para confirmar a fé e renovar os propósitos que inspiram o seu ministério.
“Vocês fizeram isso junto com todo o povo de Deus, e como é importante reconhecer que o seu serviço é com o povo de Deus, não separado dele. Então, vir em peregrinação é realmente uma maneira de caminhar junto com toda a Igreja”, disse o Pontífice, acrescentando:
O Ano Santo é para todos nós uma oportunidade providencial para redescobrir e aprofundar a beleza da vocação, ou seja, o nosso chamado comum à santidade, que nos compromete a cada dia a sermos testemunhas de Cristo, esperança viva para o mundo.
O Papa agradeceu aos colaboradores diplomáticos por terem deixado “tudo para levar a palavra redentora do Evangelho até aos confins da terra”. “Este apelo ressoa de maneira muito especial para vocês, que foram escolhidos para exercer o ministério sacerdotal nas Representações Pontifícias: dom e compromisso de se tornarem, em toda parte, presença da Igreja inteira e, em particular, da solicitude pastoral do Papa, que a preside na caridade”, sublinhou.
“Nos países onde trabalham, encontrando diferentes povos e línguas, não se esqueçam de que o primeiro testemunho a dar é o de sacerdotes apaixonados por Cristo e dedicados à edificação do seu Corpo”, disse ainda Leão XIV, acrescentando:
Servindo as comunidades eclesiais, sejam reflexo do afeto e da proximidade que o Papa tem por cada uma delas, mantendo um vivo sentimento cum Ecclesia. Penso especialmente naqueles de vocês que se encontram em contextos de dificuldade, conflito e pobreza, onde não faltam momentos de desânimo. Justamente nessas dificuldades, lembrem-se de que a Igreja os sustenta na oração: portanto, fortaleçam sua identidade sacerdotal, extraindo força dos Sacramentos, da comunhão fraterna e da constante docilidade ao Espírito Santo.
“Cultivando as virtudes humanas que se expressam em palavras e gestos cotidianos, construam relações com todos, resistindo à tentação de se isolarem”, disse ainda o Papa, incentivando-os a permanecerem “inseridos no corpo eclesial e na história dos povos”.
Cada nação oferece a vocês suas tradições para conhecer, amar e respeitar, como o agricultor que respeita a terra e, cultivando-a, colhe os bons frutos do seu trabalho. Não sejam, portanto, homens distantes, mas discípulos apaixonados de Cristo, mergulhando com estilo evangélico nos contextos em que vivem e trabalham. Os grandes missionários nos lembram que a inculturação não é uma atitude folclórica, porque nasce do desejo de se dedicar à terra e às pessoas que servimos.
A seguir, Leão XIV falou sobre a necessidade de “continuar alimentando, na medida do possível, o vínculo com a própria Igreja particular”. “Quando esse sentido de pertença desaparece, surge a desmotivação: então nos tornamos como árvores sem raízes. Se, ao contrário, não deixa de receber a seiva vital, a árvore pode ser transplantada para outro lugar e assim dar novos frutos”, sublinhou.
Recordando que em cada Representação Pontifícia há uma capela, o Papa os convidou a irem ao “lugar onde o Espírito de Deus fala ao coração”. “Que a luz do Tabernáculo dissipe sombras e inquietações, iluminando o caminho que vocês estão percorrendo. Assim se cumpre a palavra do Senhor Jesus: ‘Vocês são o sal da terra e a luz do mundo’. Guardando este milagre da graça, sejam peregrinos da esperança, sobretudo onde faltam justiça e paz aos povos”, ressaltou.
Leão XIV concluiu, dizendo aos colaboradores diplomáticos que espera que “estes dias passados em fraternidade e oração revigorem sua vida espiritual e os ajudem a continuar fervorosamente a missão que a Igreja os confiou”.




