Papa se encontrou com peregrinos da Igreja Greco-Católica Ucraniana e renovou sua proximidade à nação martirizada pela guerra: “a vida vencerá sobre a morte”
Da redação, com Vatican News

Papa Leão XIV dirigiu-se na manhã deste sábado, 28, aos peregrinos da Igreja Greco-Católica Ucraniana, recebidos na Basílica de São Pedro, e reconheceu as angústias que assolam o povo ucraniano / Foto: REUTERS/Remo Casilli
“Crer não significa ter já todas as respostas, mas confiar que Deus está conosco e nos dá a sua graça, que Ele pronunciará a última palavra e que a vida vencerá sobre a morte.” Com estas palavras de esperança, o Papa Leão XIV dirigiu-se na manhã deste sábado, 28, aos peregrinos da Igreja Greco-Católica Ucraniana, recebidos na Basílica de São Pedro, por ocasião da sua peregrinação jubilar ao túmulo dos Apóstolos.
Em sua saudação, marcada pela solidariedade e pela exortação à perseverança, o Santo Padre recordou que o caminho jubilar é um sinal concreto da busca por “renovar a fé, fortalecer o vínculo com o Sucessor de Pedro e testemunhar a esperança que não decepciona”.
Uma peregrinação de esperança no meio da dor
Leão XIV destacou que muitos dos fiéis presentes partiram da “bela terra ucraniana, rica de fé cristã e regada com o sangue de muitos mártires”, cuja fidelidade ao Evangelho e à comunhão com Roma permanece um sinal luminoso para toda a Igreja.
Ao fazer referência direta ao sofrimento causado pela invasão em larga escala da Ucrânia, o Papa reconheceu as angústias que assolam o povo ucraniano: “Senhor, por que tudo isso? Onde estás? O que devemos fazer para salvar nossas famílias, nossas casas, nossa Pátria?”, disse, colocando-se ao lado de quem, em meio ao sofrimento, busca respostas.
Maria, Mãe da Esperança
O Santo Padre fez ainda referência à figura da Virgem Maria, tão venerada pelo povo ucraniano, recordando seu “sim” humilde e corajoso, que abriu as portas à redenção do mundo. “Também o nosso ‘sim’, simples e sincero”, disse o Papa, “pode se tornar instrumento nas mãos de Deus para realizar algo grandioso”, e completou:
“Fortalecidos na fé pelo Sucessor de Pedro, exorto vocês a compartilharem-na com seus entes queridos, com seus compatriotas e com todos aqueles que o Senhor colocar no seu caminho. Dizer “sim” hoje pode permitir abrir novos horizontes de fé, de esperança e de paz, especialmente para todos aqueles que estão no sofrimento.”
Proximidade à Ucrânia
Ao final do encontro, Leão XIV reiterou sua profunda proximidade à “martirizada Ucrânia”, especialmente às famílias que choram seus entes queridos, às crianças, aos jovens, aos idosos e às vítimas da guerra:
“Compartilho a sua dor pelos prisioneiros e pelas vítimas desta guerra insensata. Confio ao Senhor as suas intenções, seus esforços e tragédias cotidianas e, sobretudo, os desejos de paz e serenidade.”
O Papa concluiu sua mensagem com um apelo à unidade e à esperança: “Caminhem juntos, pastores e fiéis, mantendo o olhar fixo em Jesus, nossa salvação. Que a Virgem Maria, Mãe da Esperança, os guie e os proteja.”
No final do encontro, após o canto do Pai Nosso entoado por Sua Beatitude Sviatoslav Shevchuk, Arcebispo Maior de Kyiv-Halyč, e acompanhado por toda a assembleia, Leão XIV saudou todos os metropolitas e bispos – os prelados se reunirão nos próximos dias no Colégio Pontifício em Roma para seu Sínodo anual. O Papa também saudou e abençoou algumas mães de soldados ucranianos mortos na guerra.