O Sucessor de Pedro enalteceu jovens que levam as preces e os sacramentos à vida diária; ‘Nada lhes é estranho e ninguém lhes é indiferente’, exaltou o Pontífice
Da redação, com Vatican News

Papa discursou ao Órgão Consultivo Internacional da Juventude / Foto: Claudia Greco – Reuters
Nesta sexta-feira, 31, o Papa Leão XIV discursou ao Órgão Consultivo Internacional da Juventude (IYAB, na sigla em inglês). O Pontífice enalteceu o grupo, que “traz atenção ao ponto de vista dos jovens”. A juventude, em suas palavras, é o coração que compõe a missão da Igreja.
“Para cumprir a sua missão, vocês são chamados, sobretudo, a reconhecer que participam da vida e da missão da Igreja. Como bem sabem, esta é uma missão universal, ou seja, dirigida a todos os homens e mulheres, de todas as partes do mundo, de todas as culturas e situações sociais. De onde vem a autêntica participação eclesial? Eu diria que ela nasce da proximidade com o Coração de Cristo. Sua origem, portanto, é espiritual, não ideológica ou política”, disse Leão XIV.
O Bispo de Roma prosseguiu citando o Evangelho de João. Pouco antes de Sua morte, Jesus orou ao Pai e recontou o Evangelho: “Não peço somente por estes, mas também por aqueles que crerem em mim por meio da palavra deles, para que todos sejam um” (João 17:20-21).
“Jesus não está interessado apenas no pequeno círculo de discípulos à sua frente”, disse o Pontífice. “Ele olha além. Seus pensamentos se voltam para todas as pessoas, incluindo aquelas que estão longe e aquelas que virão no futuro. Ele deseja que todos estejam abertos à mensagem de salvação que seus discípulos trarão, e que todos descubram nela a unidade da fé e o amor mútuo. Em suma, o Senhor sempre carrega o mundo inteiro em seu coração. Esta é a fonte da participação”, ponderou Leão XIV.
Sinodalidade
Adiante, o Bispo de Roma citou a sinodalidade. Nas palavras do Papa, é por meio da prática da sinodalidade que a natureza de comunhã da Igreja é posta em prática. “À imagem da Santíssima Trindade, a Igreja é também uma comunhão de pessoas, de fiéis de todas as idades, línguas e nacionalidades, que caminham juntos, enriquecendo-se mutuamente e partilhando os seus dons espirituais”, observou.
E é por meio dos jovens que, segundo Leão XIV, a Igreja quer ouvir todos aqueles que vivem à margem da sociedade: os mais pobres e esquecidos, os refugiados, aqueles que têm dificuldades para se integrar à sociedade ou para acessar oportunidades educacionais. “Com muita frequência, essas vozes são abafadas pelo ruído dos poderosos, dos bem-sucedidos e daqueles que vivem em realidades ‘exclusivas'”, disse.
Missão
A propósito da missão, Leão XIV frisou que “a sinodalidade, quando autêntica, conduz à missão”.
No coração da sinodalidade está a ação do Espírito Santo. Não se trata de um procedimento da assembleia, mas de uma forma de abrir espaço para a ação de Deus, através da escuta do Espírito. O Espírito, portanto, nos guia para a missão.
Segundo o Papa, os jovens terão modo de experimentar “como a oração comum, a escuta e a conversa ajudam a compreender como tornar o Evangelho presente no mundo de hoje. Este é o discernimento eclesial para a missão: compreender, em cada época, como levar o Evangelho a todos”.
Isso exige dos jovens, “um coração disposto a escutar tanto as “inspirações” do Espírito quanto as profundas “aspirações” de cada pessoa”. “Um coração aberto ao chamado de Deus e não fixado em seus próprios planos”, disse ainda Leão XIV, ressaltando que “a perspectiva da missão também exige liberdade do medo, porque o Senhor ama nos chamar para trilhar novos caminhos”. E os jovens, podem ser, nesse sentido, mestres da criatividade e coragem”, concluiu o Papa.
 
					



