Em audiência com membros de diversos institutos religiosos e congregações, Leão XIV exortou à redescoberta de valores que inspiraram seus fundadores na missão
Da Redação, com Vatican News

Papa Leão XIV durante audiência com religiosos nesta quinta-feira, 18 / Foto: Vatican Media/IPA/Sipa USA via Reuters Connect
Nesta quinta-feira, 18, o Papa Leão XIV recebeu, em audiência, os participantes dos capítulos gerais e assembleias de diversas congregações e institutos de vida religiosa. Estiveram presentes membros da Sociedade de Maria; dos Missionários do Preciosíssimo Sangue; dos Frades Franciscanos da Imaculada; e das Irmãs Ursulinas de Maria Virgem Imaculada.
Após saudar os participantes da audiência, o Pontífice citou um trecho da Exortação Apostólica Vita consecrata, publicada por São João Paulo II em 1996. Ele enfatizou que o testemunho desses Institutos é esplêndido e variado, refletindo a multiplicidade de dons concedidos por Deus a fundadores que, abertos à ação do Espírito Santo, souberam interpretar os sinais dos tempos e responder às necessidades que surgiram.
O Santo Padre recordou a história dos fundadores das congregações e institutos presentes e destacou, a partir da herança deixada por eles, alguns aspectos unificadores. O primeiro é a importância da vida em comunidade, lugar de santificação e fonte de inspiração, testemunho e força no apostolado.
“Não é por acaso que o Espírito Santo inspirou aqueles que os precederam a unirem-se às irmãs e irmãos que a Providência colocou no seu caminho, para que, na comunhão dos bons, o bem se multiplicasse e crescesse. Assim foi no início de suas fundações e ao longo dos séculos, e assim continua sendo também hoje”, afirmou Leão XIV.
O valor da obediência
Em seguida, sinalizou o valor fundamental, na consagração religiosa, da obediência como ato de amor. O Papa citou o exemplo deixado por Jesus em relação ao Pai, quando afirmou “não busco a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou” (Jo 6,38), e por Santo Agostinho, que enfatizou a estreita relação na vida cristã entre obediência e amor verdadeiro.
“Hoje, falar de obediência não está muito na moda: é vista como uma renúncia à própria liberdade. Mas não é assim. A obediência, em seu significado mais profundo de escuta ativa e generosa do outro, é um grande ato de amor pelo qual se aceita morrer para si mesmo para que o irmão ou a irmã possa crescer e viver”, declarou o Pontífice.
O Santo Padre explicou que, se professada e vivida com fé, a obediência traça um caminho luminoso de doação, que pode ajudar o mundo a redescobrir o valor do sacrifício, a capacidade de relações duradouras e uma maturidade na convivência comum que vai além do “sentir” momentâneo para se consolidar na fidelidade. “A obediência é uma escola de liberdade no amor”, frisou.
Atenção aos sinais dos tempos
Por fim, Leão XIV apontou como terceiro e último aspecto a atenção aos sinais dos tempos. “Seus fundadores foram pessoas capazes de observar, avaliar, amar e depois partir, mesmo correndo o risco de grandes sofrimentos, arriscando suas vidas, para servir os irmãos em suas reais necessidades, reconhecendo na indigência do próximo a voz de Deus”, salientou.
Neste contexto, o Papa sublinhou a importância de manter viva a memória desses “inícios corajosos”. O objetivo não deve ser cultivar saudades inúteis, mas percorrer novamente o caminho das gerações passadas para captar a centelha inspiradora, os ideais, os projetos e os valores que as moveram.
Concluindo seu discurso, o Pontífice agradeceu aos religiosos pelo bem que fazem todos os dias, em tantas partes do mundo, e os encorajou a continuarem sua missão com fé e generosidade.