Em Castel Gandolfo, Pontífice recebeu peregrinos ortodoxos gregos, católicos bizantinos e católicos latinos dos Estados Unidos
Da Redação, com Vatican News

Papa Leão durante audiência em Castel Gandolfo /Foto: Vatican Media/CPPIPA/Sipa USA via Reuters
Mais uma pausa no período de descanso do Papa Leão XIV em Castel Gandolfo foi dedicada, desta vez, a um momento de comunhão. Na manhã desta quinta-feira, 17, o Pontífice recebeu, no Palácio Apostólico, os participantes da Peregrinação Ecumênica Ortodoxo-Católica dos Estados Unidos. Dirigindo-lhes palavras de encorajamento e esperança, o Papa saudou o grupo, que tem percorrido os lugares sagrados da fé apostólica.
“Sejam todos muito bem-vindos! Desculpem o pequeno atraso. Tive várias reuniões marcadas para esta manhã. Mas estou muito feliz por ter este momento para passar com vocês neste lugar maravilhoso, Castel Gandolfo. Vocês partiram dos Estados Unidos, que, como sabem, é também o meu país natal, e esta viagem tem como propósito um retorno às raízes, às fontes, aos lugares e aos memoriais dos apóstolos Pedro e Paulo, em Roma, e do apóstolo André, em Constantinopla”, frisou.
Na sequência, Leão XIV recordou o significado simbólico da iniciativa, especialmente por ocorrer no ano em que se comemora o 1700º aniversário do Concílio de Niceia.
Testemunhas e portadores da esperança
O Papa lembrou que o Credo de Niceia, completado no Concílio de Constantinopla, em 381, “permanece como patrimônio comum de todos os cristãos”, sendo proclamado nas liturgias de muitas Igrejas. Ressaltou também a coincidência providencial entre os calendários litúrgicos oriental e ocidental neste ano, que permitiu a proclamação conjunta da Páscoa.
Ao refletir sobre o sentido da esperança cristã, o Pontífice exortou: “Sabemos que nenhum grito das vítimas inocentes da violência, nenhum lamento das mães que choram seus filhos ficará sem ser ouvido. Nossa esperança está em Deus, e justamente porque nos alimentamos continuamente da fonte inesgotável de sua graça, somos chamados a ser testemunhas e portadores da esperança.”
Unidade plena e visível
Ao mencionar a visita que os peregrinos farão a Constantinopla, Leão XIV pediu que levassem sua saudação fraterna ao Patriarca Bartolomeu e manifestou o desejo de reencontrá-lo na comemoração ecumênica pelos 1700 anos do Concílio de Niceia, marcada para os próximos meses. O Santo Padre também destacou os frutos do movimento ecumênico nas últimas décadas, sublinhando o gesto profético de reconciliação protagonizado por São Paulo VI e o Patriarca Atenágoras, em 1965, quando foi retirada a memória das mútuas excomunhões de 1054.
“O Espírito Santo suscitou nos corações a disponibilidade para dar aqueles passos como presságio profético da unidade plena e visível. Também nós devemos continuar a implorar ao Paráclito, o Consolador, a graça de perseverar no caminho da unidade e da caridade fraterna”, disse.
Retornar às raízes da fé
Com sobriedade e firmeza, Leão XIV reiterou que a unidade entre os cristãos não deve se transformar em disputa de primazia entre as Sés. Ao contrário, deve refletir o dom da consolação prometido por Deus. O Papa concluiu seu discurso com um apelo à redescoberta das raízes da fé apostólica e à missão de testemunhar o Evangelho no mundo contemporâneo.
“Que esse retorno às raízes da nossa fé nos faça experimentar o dom da consolação de Deus e nos torne capazes, como o Bom Samaritano, de derramar o óleo da consolação e o vinho da alegria sobre a humanidade de hoje”, concluiu.