O Papa Leão XVI canonizou quatro beatos e três beatas, agora reconhecidos como santos da Igreja. A celebração, realizada nesse domingo na Praça São Pedro, reuniu mais de 70 mil fiéis. Ao final, o Pontífice renovou o apelo por paz e orações pelos povos que sofrem com as guerras, especialmente em Mianmar.
Reportagem de Danúbia Gleisser
Imagens de Daniele Santos, Vatican News, Leonardo Vieira e Reuters
No Angelus, o Papa Leão XIV confiou À intercessão da Virgem Maria e dos novos santos, a contínua oração pela paz na Terra Santa, na Ucrânia e em países ainda em guerra.
Manifestou também preocupação com Mianmar, onde continuam os confrontos e bombardeios aéreos.
“Estou próximo de todos aqueles que sofrem devido à violência, insegurança e a tantas dificuldades. Renovo o meu apelo para que se chegue a um cessar fogo imediato e eficaz. que os instrumentos da guerra deem lugar aos da paz mediante um diálogo inclusivo e construtivo”, declarou o Papa.
Mais cedo, o Papa presidiu a missa de canonização que reuniu cerca de 70.000 pessoas na Praça de São Pedro, entre elas os presidentes da Itália e do Líbano. Da sacada da Basílica foram apresentadas as imagens dos Sete Novos Santos: Inácio Maloyan, Pedro To Rot, José Gregório Hernández, Bartolo Longo, Vicenza Maria Poloni, Maria Carmen Rendilles Martínez e a irmã Salesiana Maria Troncatti.
As relíquias de cada um foram expostas durante a celebração. Em seguida, o Papa proclamou a fórmula de canonização. “Hoje temos precisamente diante de nós sete testemunhas que mantiveram acesa com a graça de Deus a lâmpada da fé, ou melhor, tornaram-se eles mesmo lâmpadas capazes de difundir a luz de Cristo”.
Na homilia, Leão recordou a pergunta de Jesus: ‘Quando o filho do homem voltar, encontrará fé sobre a terra?’. Disse que uma terra sem fé seria habitada por filhos sem pai.
E lembrou que a oração é o respiro da alma.
“Assim como a respiração sustenta o corpo, a oração sustenta a vida da fé. Com efeito, expressa-se na oração e a oração autêntica, vive da fé”, falou Leão XIV.
Para o Papa, duas tentações colocam à prova a nossa fé. A primeira surge diante do escândalo do mal e nos leva a pensar que Deus não escuta o clamor dos oprimidos, nem se compadece do sofrimento dos inocentes. A segunda é a ilusão de querer que Deus haja conforme os nossos desejos. Leão XIV alertou que quando isso acontece, a oração se transforma em exigência, como se o homem quisesse ensinar a Deus o modo justo e eficaz de agir.
“Jesus, testemunha perfeita da confiança filial, nos liberta dessas tentações e reza: Pai, faça-se a tua vontade”. Ao encerrar a celebração, o Papa afirmou que os novos santos não foram heróis, nem pessoas que defendem e lutam por um ideal qualquer, mas homens e mulheres autênticos na fé. “Que a sua intercessão nos fortaleça e o seu exemplo nos inspire na vocação à santidade”, finalizou o Santo Padre.