NO VATICANO

Na Catequese, Papa lembra da Declaração Conciliar Nostra Aetate

Cerca de 40 mil peregrinos, além de líderes religiosos participaram da Audiência Geral de número 24 do Pontificado do Papa Leão XIV. A catequese de hoje foi dedicada à Declaração Conciliar Nostra Aetate, por ocasião dos 60 anos deste documento.

Reportagem de Danúbia Gleisser e Daniele Santos

Em memória aos 60 anos desta declaração, Leão X dedicou a catequese desta quarta-feira ao diálogo interreligioso, à declaração Nostra aetate. E como exemplo em seu discurso citou as palavras de Jesus à samaritana. Deus é espírito e os que o adoram é necessário que o adorem em espírito e verdade. “No evangelho, este encontro revela a essência do autêntico diálogo religioso. Uma troca que ocorre quando as pessoas se abrem umas às outras com sinceridade, escuta atenta e enriquecimento mútuo”.

Recordou que há 60 anos com a Nostra aetate, o Conselho Vaticano II abriu um novo horizonte de encontro, respeito e hospitalidade espiritual. “Este documento luminoso nos ensina a encontrar os seguidores de outras religiões, não como estranhos, mas como companheiros no caminho da verdade, a honrar as diferenças, afirmando a nossa humanidade comum e a discernir em cada busca religiosa sincera um reflexo do único mistério divino que abraça toda a criação”, disse o Papa.

O Santo Padre recordou que a orientação inicial da Declaração Nostra aetate foi para o mundo judaico com o qual São João XXIII pretendia restabelecer a relação original. 

Com isso, pela primeira vez na história da Igreja, tomou forma um tratado doutrinal sobre as raízes judaicas do cristianismo, que nos planos bíblico e teológico representavam um ponto de não retorno. Ou seja, o povo do Novo Testamento está espiritualmente ligado à descendência de Abraão. Com efeito, a Igreja de Cristo reconhece que os primórdios da sua fé e eleição já se encontram, segundo o mistério divino da salvação, nos patriarcas, em Moisés e nos profetas. 

“Assim, a Igreja que reprova quaisquer perseguições contra os homens, lembrada do seu comum patrimônio com os judeus e levada não por razões políticas, mas pela religiosa caridade evangélica, deplora todos os ódios, perseguições e manifestações de antissemitismo”, completou o Santo Padre.

“A Nostra aetate trouxe esperança ao mundo do pós- Segunda Guerra Mundial. Hoje somos chamados a restabelecer essa esperança no nosso mundo devastado pela guerra e no nosso ambiente natural degradado. Trabalhamos juntos porque se estivermos unidos tudo é possível”, ressaltou ele. 

Por ocasião da data celebrativa, houve comemoração na sala Paulo VI com apresentações musicais e danças. A Canção Nova foi convidada para participar do evento ‘A Caminhar juntos na Esperança’ que marcou o início das comemorações. “Está presente neste momento junto com o Santo Padre. É uma grande honra fazer parte disso, porque a Igreja nos reconhece como parte da Igreja e nos atesta também para estar nesse diálogo inter-religioso “, afirmou o responsável pela Missão Canção Nova Roma, Roger Ferrari.

Estiveram presentes cerca de 2.000 pessoas e 80 representantes das principais religiões do mundo, como do judaísmo, islamismo, hinduísmo. Leão XIV em seu discurso expressou: “Como líderes religiosos, guiados pela sabedoria das nossas respectivas tradições, partilhamos uma responsabilidade sagrada, ajudar o nosso povo a libertar-se das correntes do preconceito, da raiva e do ódio, a superar o egoísmo e o egocentrismo e a vencer a ganância que destrói tanto o espírito humano como a Terra”, concluiu Leão.

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