No Vaticano, o Papa Leão XIV destacou que a esperança cristã não foge da provação, mas busca forças para perseverar no amor.
Reportagem de Roger Ferrari e Adilson Sabará
Imagens Vatican News
A audiência geral com o Papa Leão XIV reuniu milhares de fiéis na sala Paulo VI no lado de fora do auditório e na Basílica de São Pedro. O pontífice refletiu sobre a prisão de Jesus no Jardim das Oliveiras e destacou que ele demonstrou ali ser um homem livre. Deixar-se prender revelou que a esperança cristã não é fuga, mas determinação.
Para o Santo Padre, esta atitude é o resultado de uma oração profunda, em que não pedimos a Deus para nos poupar ao sofrimento, mas nos dê força para perseverar no amor. De acordo com o Papa, a verdadeira esperança não tenta evitar a dor. Ao contrário, mesmo quando se está no coração do sofrimento mais injusto, é na esperança que reside a semente de uma nova vida. É o amor de Deus que sustenta o ser humano e permite que o fruto da vida eterna amadureça em cada pessoa.
O Pontífice reforçou ao nos entregarmos à boa vontade de Deus Pai, permitindo que nossa vida seja resposta ao bem que recebemos. E antes de concluir, afirmou que a vida não tem de ter tudo sob controle. Basta escolher amar livremente todos os dias. Esta é a verdadeira esperança. Mesmo na escuridão da provação, o amor de Deus nos sustenta.
No final da audiência, Leão XIV voltou a pedir pela paz. O forte apelo do Papa às partes envolvidas e à comunidade internacional para que ponham fim ao conflito que causa tanto terror, destruição e morte ecoou do Vaticano para o mundo. O Santo Padre recordou os reféns israelenses em cativeiro e o sofrimento da população palestina sem ajuda humanitária suficiente. Imploro, disse o pontífice, que todos os reféns sejam libertados, o cessar fogo seja alcançado, a entrada segura de ajuda humanitária seja facilitada e que o direito humanitário seja respeitado.
Leão XIV clamou em particular pela proteção dos civis e falou do uso indiscriminado da força e do deslocamento forçado de populações. No apelo, o Santo Padre uniu sua voz à dos patriarcas de Jerusalém, o grego ortodoxo Teófilo III e o patriarca latino cardeal Pier Batista Pizzaballa, que apelaram pelo fim da guerra e que se dê prioridade ao bem comum na região.
Antes de encerrar, o Pontífice exortou a todos a implorar a Maria, Rainha da Paz, fonte de consolação e de esperança, para que sua intercessão obtenha reconciliação e paz naquela terra tão querida a todos.