Catequese

Leão XIV: sair da paralisia e, com Jesus, assumir a história da própria vida

Na Catequese, o Papa voltou a falar sobre as curas realizadas por Jesus; desta vez, de um paralítico que dizia nunca ter tido ajuda para alcançar a cura 

Da Redação, com Vatican News

Papa Leão XIV durante a Audiência Geral desta quarta-feira, 18/ Foto: REUTERS/Yara Nardi

Na Praça São Pedro para mais uma Audiência Geral, o Papa Leão XIV voltou a falar sobre as curas realizadas por Jesus. Na semana passada, a reflexão foi sobre a figura de Bartimeu, o mendigo cego encontrado em Jericó; nesta quarta-feira, 18, o Pontífice se concentrou na cura de um paralítico na piscina do Templo, em Jerusalém, narrada no quinto capítulo do Evangelho de João (5,1-9).

A paralisia é usada nos Evangelhos para indicar, entre outras coisas, aquelas situações para as quais não se vislumbra “uma saída”, em que os personagens se sentem resignados e sem esperança. São situações, explicou Leão XIV, “em que nos sentimos ‘bloqueados’ e fechados num beco sem saída”, inclusive sem vontade de lutar. 

Em Jerusalém, durante uma festa dos hebreus, Jesus esteve junto aos doentes, excluídos do Templo por serem considerados impuros, que esperavam por um milagre junto a uma piscina, cujas águas eram consideradas taumatúrgicas, isto é, capazes de curar: em certos momentos a água agitava-se e, segundo a crença da época, quem mergulhasse primeiro era curado.

“Criou-se, assim, uma espécie de ‘guerra entre os pobres’: podemos imaginar a triste cena destes doentes que se arrastavam laboriosamente para entrar na piscina. Ela chamava-se Betesda, que significa ‘casa da misericórdia’: poderia ser uma imagem da Igreja, onde os doentes e os pobres se reúnem e onde o Senhor vem curar e dar esperança”, refletiu o Papa. 

Decidir pela própria história, graças a Jesus!

Entre os doentes estava um homem paralítico de 38 anos que, resignado, dizia nunca ter ninguém para o ajudar a mergulhar quando a água era agitada. O Pontífice frisou que tal atitude mostrava como era mais fácil colocar a culpa dos problemas nos outros do que assumir as próprias responsabilidades. Mas não parava aí, o paralítico afirmava que, quando tentava mergulhar na piscina, havia sempre alguém que chegava antes dele. 

“O que nos paralisa, muitas vezes, é precisamente a desilusão”, alimentando uma visão fatalista, de que “não temos sorte” e o mundo parece conspirar contra nós, disse o Papa. “Por vezes preferimos permanecer na condição de doentes, obrigando os outros a cuidar de nós. Por vezes, é também um pretexto para não decidir o que fazer com as nossas vidas.”

Leão XIV enfatizou que Jesus, ao contrário, indo ao encontro daquele homem, mas também de todos os que passam por dificuldades, ensina a não deixar o imobilismo e o desespero vencerem, mas a tomar nas mãos as rédeas da própria vida e a seguir adiante, com a certeza de que Cristo é o único necessário. O convite ao paralítico é para saber decidir sobre a sua história, se levantar e se recuperar da situação crônica de vida que até aquele momento o havia bloqueado, obrigando-o “a jazer como um morto”:

“Trata-se de caminhar, de assumir a responsabilidade de escolher o caminho a seguir. E isto graças a Jesus! Queridos irmãos e irmãs, peçamos ao Senhor o dom de compreender onde a nossa vida parou. Procuremos dar voz ao nosso desejo de cura. E rezemos por todos aqueles que se sentem paralisados, que não veem saída. Peçamos para voltar a viver no Coração de Cristo, que é a verdadeira morada da misericórdia!”

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