Em audiência com participantes de simpósio sobre o concílio que completou 1700 anos, Papa reafirma que fé compartilhada é mais forte que divisões
Da Redação, com Vatican News

Papa Leão XIV enfatizou importância do diálogo ecumênico neste sábado, 7 / Foto: ZUMA Press Wire via Reuters Connect
Neste sábado, 7, o Papa Leão XIV recebeu em audiência os participantes do Simpósio “Niceia e a Igreja do Terceiro Milênio: Rumo à unidade Católico-Ortodoxa”, realizado na Pontifícia Universidade Santo Tomás de Aquino. Ele enfatizou a importância do Concílio de Niceia, que completou 1700 anos, como uma bússola para a plena unidade visível dos cristãos abordando três temas para o caminho ecumênico.
O Pontífice sublinhou que a fé compartilhada, baseada no Deus Uno e Trino, em Cristo como verdadeiro homem e Deus e na salvação por Jesus Cristo, é “muito mais forte” do que o que divide católicos e ortodoxos. Diante disso, expressou a convicção de que o retorno a essa fonte comum de fé ajudará a superar as divisões restantes.
“Estou convencido de que, voltando ao Concílio de Niceia e haurindo juntos desta fonte comum, poderemos ver sob uma luz diferente os pontos que ainda nos separam”, declarou o Santo Padre. “Celebrando unidos esta fé nicena e proclamando-a em conjunto, avançaremos também para a restauração da plena comunhão entre nós”, acrescentou.
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Além disso, Leão XIV apontou que o Concílio de Niceia marcou o início de um caminho sinodal para a Igreja. Ele salientou que o diálogo ecumênico é vital para a compreensão da sinodalidade e da unidade da Igreja, encorajando práticas sinodais conjuntas para assuntos de interesse comum e urgente.
“Espero que a preparação e a comemoração conjunta do 1700º aniversário do Concílio de Niceia sejam uma ocasião providencial para aprofundar e confessar juntos a fé cristológica e para pôr em prática formas de sinodalidade entre os Cristãos de todas as tradições”, manifestou o Papa.
A unidade é um dom de Deus
Abordando o tema da data de celebração da Páscoa, ele lamentou que as diferenças de calendário ainda impeçam a comemoração conjunta, causando problemas pastorais e enfraquecendo o testemunho cristão. Diante disso, reiterou “a abertura da Igreja Católica para procurar uma solução ecumênica que favoreça a celebração comum da ressurreição do Senhor e dê assim maior força missionária ao nosso anúncio do nome de Jesus e da salvação que nasce da fé na verdade do Evangelho”.
Por fim, o Pontífice concluiu seu discurso lembrando que a unidade pela qual os cristãos anseiam não será fruto dos próprios esforços, nem se realizará através de qualquer projeto ou modelo preconcebido. Pelo contrário, a unidade será um dom recebido “como Cristo quiser e pelos meios que Ele quiser”.