Em mensagem à 2ª Conferência sobre Inteligência Artificial, no Vaticano, Papa convida a não evitar “questões profundas” trazidas pelo rápido progresso da IA
Da redação, com Vatican News

Foto: ipopba de Getty Images via CanvaPro
O Papa Leão XIV enviou uma mensagem aos participantes da Segunda Conferência Anual sobre Inteligência Artificial, Ética e Governança Corporativa, que se encerra nesta sexta-feira, 20, no Palácio Apostólico do Vaticano.
“A presença de vocês atesta a necessidade urgente de uma reflexão séria e de um debate contínuo sobre a dimensão inerentemente ética da IA, bem como sobre sua governança responsável”, disse o Pontífice na mensagem. Ele disse que a própria escolha de realizar essa conferência representa uma “clara indicação do desejo da Igreja de participar dessas discussões que afetam diretamente o presente e o futuro da nossa família humana”.
Leão XIV afirmou que embora a IA seja um produto “excepcional ” do homem, ela é “acima de tudo, uma ferramenta”, como afirmou o Papa Francisco no G7 em junho de 2024. E, por definição, as ferramentas apontam para a inteligência humana que as criou e extraem boa parte da “força ética”, das intenções dos indivíduos quem as utilizam.
O Papa destacou que o uso da IA é capaz de abrir horizontes de descobertas benéficas na ciência e na medicina, e de promover uma maior “igualdade”. Desde que, no entanto, não se curvem a um uso “egoísta”, capaz de “fomentar conflitos e agressões”.
“Potencial extraordinário” e “questões profundas”
Ao lado do “potencial extraordinário” que as novas tecnologias oferecem para o bem da humanidade, o Papa convida a não evitar as “questões profundas” que o rápido progresso da IA coloca, em prol de um desenvolvimento verdadeiramente “justo e humano”.
Por isso, a Igreja pretende oferecer a sua contribuição para uma reflexão “serena e informada”, com especial atenção para a necessidade de avaliar as “ramificações” da IA à luz do “desenvolvimento integral da pessoa e da sociedade”, como escreve a recente nota Antiqua et Nova.
O bem-estar, adverte o Papa, não pode ser considerado apenas do ponto de vista material, mas também na sua dimensão “intelectual” e “espiritual”.