Na Audiência Geral desta quarta-feira, o Papa Leão XIV deu início a uma nova etapa de reflexões sobre a Páscoa de Jesus. O percurso faz parte do ciclo proposto para o Jubileu da Esperança. O Pontífice lembrou que, enquanto o ser humano busca respostas imediatas, Deus age no tempo da confiança.
Reportagem de Roger Ferrari
Imagens Vatican News
Na Audiência Geral de hoje, o Santo Padre expressou sua proximidade ao povo palestino em Gaza, que continua a viver no medo e a sobreviver em condições inaceitáveis, forçado a se deslocar mais uma vez de suas terras.
O Santo Padre renovou o apelo por um cessar-fogo pela libertação dos reféns, uma solução diplomática negociada e pelo pleno respeito ao direito humanitário internacional e pediu aos milhares de fiéis na praça de São Pedro em oração pela paz e justiça.
No ciclo de catequeses do Jubileu, o Papa voltou a falar sobre a Páscoa de Jesus e refletiu o mistério do sábado santo ao dizer que a presença do Filho de Deus no sepulcro não é um vazio, mas sim uma espera.
Segundo o Pontífice, “o sábado santo é o dia do grande silêncio e do descanso. Um silêncio pleno de significado, como o ventre de uma mãe que segura o filho ainda não nascido, mas já vivo. E do descanso, pois o filho de Deus descansa no sepulcro”, diz o Papa. “Não porque esteja cansado, mas porque concluiu a obra de salvação. Não porque tenha desistido, mas porque amou plenamente”, explicou.
O Santo Padre destacou que nos sepulcros de nossas vidas, cada silêncio acolhido pode ser a premissa de uma nova palavra. E cada tempo suspenso pode se tornar um tempo de graça se oferecido a Deus.
De acordo com o Santo Padre, a esperança cristã não nasce no ruído, mas no silêncio de uma espera repleta de amor. Não é produto da euforia, mas de um abandono confiante. O Papa lembrou os fiéis que no sábado santo, quando parece que tudo está parado, perdido, mesmo no túmulo, Deus está a preparar a maior surpresa.
O Pontífice afirmou que, por vezes, procuramos respostas rápidas, soluções imediatas, mas Deus trabalha no tempo lento da confiança. Por isso, o sábado é o ventre do qual flui a força da luz invencível da Páscoa.
“A verdadeira alegria nasce da espera vivida, da fé paciente, da esperança de que o que é vivido no amor ressurgirá para a vida eterna”, finalizou o Santo Padre.