Mensagem

Coragem dos migrantes é testemunho heroico de fé, afirma Papa

“Migrantes, missionários de esperança” é o tema da mensagem para o Dia Mundial dos Migrantes e Refugiados de Leão XIV, divulgada nesta sexta-feira, 25

Da Redação, com Vatican News

Foto: REUTERS/Yara Nardi

Foi divulgada nesta sexta-feira, 25, a mensagem do Papa Leão para o Dia Mundial do Migrante e do Refugiado, que neste Ano Santo será celebrado juntamente com o Jubileu dos Migrantes e do Mundo Missionário, nos dias 4 e 5 de outubro. O tema da mensagem retoma o lema do Jubileu e foi uma oportunidade para o Santo Padre refletir sobre a relação entre esperança, migração e missão.

No texto, o Pontífice fez uma análise do atual contexto mundial, tristemente marcado por guerras, violência, injustiças e fenômenos meteorológicos extremos, que obrigam milhões de pessoas a deixar a sua terra natal em busca de refúgio em outros lugares.

Leão XIV alertou então para a tendência generalizada de cuidar exclusivamente dos interesses de comunidades circunscritas, ameaçando assim a partilha, a cooperação multilateral, e a solidariedade global.

Os desafios se tornaram ainda mais difíceis diante da perspectiva de uma nova corrida armamentista e do desenvolvimento de novas armas, incluindo as nucleares, e da pouca consideração pelos efeitos nefastos da atual crise climática e as profundas desigualdades econômicas. 

Desejo para o futuro

Diante desses cenários assustadores, o Pontífice enfatizou o desejo de um futuro de dignidade e paz, que é parte essencial do projeto de Deus para a humanidade, inaugurado por Jesus Cristo. Para o Papa Leão, esta ligação entre migração e esperança revela-se claramente em muitas das experiências migratórias atuais.

“A coragem e tenacidade de migrantes e refugiados são testemunho heroico de uma fé que vê além do que os nossos olhos podem ver e que lhes dá força para desafiar a morte nas diferentes rotas migratórias contemporâneas”, frisou.

Além disso, o Santo Padre sublinhou que os migrantes e refugiados lembram à Igreja a sua dimensão peregrina, em permanente busca da pátria definitiva, sustentada pela esperança. O Papa advertiu: sempre que a Igreja cede à tentação da “sedentarização” e deixa de ser peregrina – povo de Deus peregrino rumo à pátria celeste, como dizia Santo Agostinho –, deixa  de estar «no mundo» e torna-se «do mundo».

Missionários da esperança

Leão XIV destacou que os migrantes e refugiados católicos podem, de modo particular, tornarem-se missionários de esperança nos países que os acolhem, levando adiante novos caminhos de fé onde a mensagem de Jesus Cristo ainda não chegou ou iniciando diálogos inter-religiosos.

O Pontífice acrescentou que os migrantes e refugiados, com entusiasmo espiritual, podem contribuir para revitalizar comunidades endurecidas e sobrecarregadas, nas quais avança de forma ameaçadora o deserto espiritual.

Citando São Paulo VI, Papa Leão recordou que o primeiro elemento da evangelização é geralmente o testemunho. “Trata-se de uma verdadeira missão, a missio migrantium. Por outro lado, também as comunidades que os acolhem podem ser um testemunho vivo de esperança, entendida como promessa de um presente e de um futuro em que seja reconhecida a dignidade de todos como filhos de Deus”, afirmou.

O Pontífice concluiu a mensagem confiando migrantes e refugiados à proteção maternal da Virgem Maria, Socorro dos migrantes, assim como aqueles que se esforçam em acompanhá-los, “para que Ela mantenha viva nos seus corações a esperança e os sustente no seu empenho em construir um mundo que se assemelhe cada vez mais ao Reino de Deus, a verdadeira pátria que nos espera no fim da nossa viagem”.

Evite nomes e testemunhos muito explícitos, pois o seu comentário pode ser visto por pessoas conhecidas.

↑ topo