TRADIÇÃO DA IGREJA

Confira detalhes da liturgia da Missa de início de pontificado de Leão XIV

Celebração acontecerá na Praça São Pedro neste domingo, 18, a partir das 10h do horário local, e é repleta de simbolismos e ritos

Da Redação, com Vatican News

Imagem de São Pedro, na Praça São Pedro / Foto: Joyce Mesquita

Neste domingo, 18, o Papa Leão XIV iniciará oficialmente o ministério petrino enquanto Sucessor de Pedro e pastor da Igreja Católica. A celebração, que acontecerá na Praça São Pedro, terá início às 10h do horário local (5h no horário de Brasília) e compreende vários momentos de grande valor simbólico.

Durante a Missa, são ressaltadas duas antigas insígnias episcopais “petrinas”: o Pálio e o Anel do Pescador. O primeiro se trata de um paramento litúrgico, tecido com lã de cordeiros, que recorda o Bom Pastor, com a ovelha perdida em seus ombros (Lc 15,3-7), e a tripla resposta de Pedro ao pedido de Jesus ressuscitado para apascentar suas ovelhas e cordeiros (Jo 21,15-19).

Pálio / Foto: Reprodução Escritório das Celebrações Litúrgicas do Sumo Pontífice (editada)

O Pálio é uma faixa estreita, colocada nos ombros, e tem duas abas pretas, penduradas na frente e atrás, decorada com seis cruzes pretas de seda – uma em cada extremidade, que descem sobre o peito e as costas, e quatro sobre o anel, que pousa sobre os ombros. A estola é decorada, na frente e atrás, com três alfinetes (acículas), representando os três pregos da Cruz de Cristo.

O Anel do Pescador, por sua vez, tem o valor específico de um anel de sinete, que autentica radicalmente a fé, tarefa confiada a Pedro para confirmar seus irmãos. Chama-se “Anel do Pescador” porque Pedro foi o apóstolo que, ao confiar nas palavras de Jesus, arrastou as redes da pesca milagrosa para a terra firme (Lc 5,1-11).

Início da celebração

A liturgia tem início dentro da Basílica de São Pedro. O novo Pontífice desce ao sepulcro do primeiro Papa e, junto com os Patriarcas das Igrejas Orientais, permanece em oração e o incensa em seguida. A seguir, dois diáconos pegam o Pálio, o Anel do Pescador e o Livro dos Evangelhos e se dirigem, em procissão, para o altar da celebração, no átrio da Praça São Pedro.

O novo Papa sobe e se junta à procissão, enquanto o coro canta as Laudes Regiæ (canto das ladainhas), com a invocação da intercessão dos santos Pontífices, mártires e santos da Igreja Romana. Sobre o portão central da Basílica Vaticana estará pendurada a tapeçaria da pesca milagrosa, que representa o diálogo entre Jesus e Pedro, mencionado, explicitamente, na Liturgia da Palavra e nos textos da celebração. Ao lado do altar estará a efígie de Nossa Senhora do Bom Conselho, do Santuário de Genazzano.

O rito prossegue com a bênção e aspersão de água benta. Por fim, o coro entoa o canto do Glória, seguido da oração da Coleta, com referência ao plano do Pai de edificar sua Igreja sobre Pedro. Segue-se então a Liturgia da Palavra, com as leituras lidas em espanhol e o Salmo em italiano, e cujo Evangelho, proclamado em latim e grego, recorda o tríplice pedido de Jesus a Pedro de apascentar “seus cordeiros” e “suas ovelhas” (Jo 21,15-19).

Entrega das insígnias episcopais “petrinas”

Detalhes do Anel do Pescador que será usado pelo Papa Leão XIV / Foto: Reprodução Escritório das Celebrações Litúrgicas do Sumo Pontífice (editada)

Após a proclamação do Evangelho, três cardeais das três ordens (diáconos, presbíteros e bispos) e de diferentes continentes aproximam-se do Santo Padre. O primeiro impõe-lhe o Pálio. O segundo pede, com uma oração especial, a presença e a assistência do Senhor ao Papa. O terceiro também pronuncia uma oração, invocando Cristo, “pastor e bispo das nossas almas” que edificou a Igreja sobre a rocha de Pedro e pelo próprio Pedro foi reconhecido como “Filho do Deus vivo”, para que seja Ele próprio a entregar o Anel de sinete do Pescador ao novo Pontífice; depois, o Anel do Pescador lhe é entregue.

O rito conclui-se com a oração ao Espírito Santo, para que enriqueça o novo Pontífice com a força e a mansidão, a fim de manter os discípulos de Cristo na unidade da comunhão. Enfim, o Papa abençoa a assembleia com o Livro dos Evangelhos, enquanto o coro aclama, em grego: Ad multos annos!

Após o rito simbólico de “obediência”, prestado ao Papa por 12 representantes de todas as categorias do Povo de Deus, provenientes de várias partes do mundo, a celebração prossegue com a homilia do Pontífice e o canto do “Credo”, seguido da Oração dos Fiéis com cinco invocações: em português, francês, árabe, polonês e chinês.

Segue-se a Liturgia Eucarística e, ao término da celebração, o Papa faz uma breve saudação. Por fim, depois de cantar o Regina Coeli, concede a Bênção solene, que retoma a imagem bíblica da videira e da vinha, aplicada à Igreja, para que o Senhor assista e proteja a videira e a vinha, que plantou, e que seu rosto redentor resplandeça sobre todos.

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