Durante a Audiência Geral, na Praça São Pedro, o Papa convidou os fiéis a rezarem pela paz no mundo e especialmente pelo país asiático, devastado pela guerra civil
Da redação, com Vatican News

Mianmar e os países em guerra foram lembrados por Leão XIV após a Catequese / Foto: Reprodução Reuters
“Convido-os a unirem-se à minha oração por todos aqueles que são provados por conflitos armados em diferentes partes do mundo. Penso, em particular, em Mianmar. Exorto a Comunidade internacional a não se esquecer do povo birmanês e a prestar a necessária assistência humanitária.”
Estas foram as palavras proferidas pelo Papa Leão XIV ao final da Audiência Geral, desta quarta-feira, 5, realizada na Praça São Pedro, convidando os fiéis a rezarem juntos pela paz em todo o mundo. O Pontífice fez um apelo forte à Comunidade internacional para que venha em auxílio da população de Mianmar, atingida pela violência da guerra civil e por várias violações dos direitos humanos que levaram a uma grave crise humanitária.
Quatro anos de violência
Em fevereiro de 2021, os militares tomaram o poder, derrubando o governo da Liga Nacional para a Democracia (NLD), o partido de Aung San Suu Kyi, que tinha vencido as eleições em novembro de 2020. A junta militar, com o nome de Conselho Administrativo do Estado (SAC), respondeu com força aos protestos contra o golpe, travando uma guerra civil contra vários grupos étnicos armados que se opõem a ela. O confronto militar resultou em graves e generalizadas violações dos direitos humanos, como recrutamentos forçados, detenções arbitrárias e execuções extrajudiciais.
Eleições incertas e desastres naturais
A esperança da população de Mianmar em um novo governo democraticamente eleito também está diminuindo. O chefe da junta no poder, o general Min Aung Hlaing, que comanda as forças armadas desde o golpe de Estado de 2021, declarou recentemente que o governo apoiado pelos militares, devido à guerra civil, não será capaz de garantir a organização das próximas eleições gerais em todo o país. A esta situação política acrescenta-se uma situação humanitária dramática, agravada pelas inundações de junho e pelo terremoto de magnitude 7,7 de 28 de março passado, que causou cerca de 3.700 mortos e 4.800 feridos, elevando o número de deslocados internos, segundo dados da Agência da Onu para Refugiados (ACNUR), para mais de 3,5 milhões.
O convite à santidade
Por fim, inspirado pela recente Solenidade de Todos os Santos, celebrada pela Igreja em 1º de novembro, o Pontífice convidou todos a seguirem o exemplo dos Santos, empreendendo o caminho da santidade e de uma intimidade cada vez maior com a mensagem de Jesus Cristo.
“A recente Solenidade dos Santos me sugere uma reflexão sobre a vocação comum à santidade. Todos somos chamados a ser santos. Convido-os, portanto, a aderirem cada vez mais a Cristo, seguindo os critérios de autenticidade que os Santos nos deram como exemplo.”




