Em missa aos assistidos pela Cáritas na cidade de Albano, Papa Leão XIV convida fiéis a derrubar os muros do coração para não deixar o Senhor fora de nossas igrejas, e lembra a todos: “Somos a Igreja do Senhor, uma Igreja de pobres, todos preciosos”.
Reportagem de Roger Ferrari
Imagens de Vatican News
O santuário de Santa Maria de Rotonda recebeu o Papa Leão XIV, que a pedido da Cáritas local celebrou a missa com pessoas em situação de rua, os acolhidos em casas de assistência e outros que participam do centro de escuta. Do lado de fora, muita gente acompanhou a missa pelo telão instalado na praça.
Na homilia o Santo Padre lembrou: cada um de nós vai à Igreja com alguns cansaços e medos, às vezes pequenos, outros grandes. E imediatamente nos sentimos menos sozinhos. Estamos juntos e encontramos a palavra e o corpo de Cristo. O nosso coração recebe uma vida que vai para além da morte, continuou o Papa. Pois é o Espírito Santo, o Espírito do ressuscitado, que faz isto em nós, entre nós, de forma silenciosa, domingo a domingo, dia após dia.
Leão XIV agradeceu o bispo de Albano, Dom Vincenzo, e o empenho da diocese em servir os pobres como testemunho de comunhão e igualdade dentro da Igreja. “Somos a Igreja do Senhor, uma Igreja de pobres, todos preciosos, cada um portador de uma palavra singular de Deus. Cada um é um dom para os outros.” E concluiu a homilia com o convite à comunidade, a não afastar Cristo da vida cotidiana. “Não deixemos o Senhor fora das nossas igrejas, das nossas casas e da nossa vida”, disse o Papa, que convidou os fiéis a deixar Deus entrar e faremos as pazes com nossa pobreza, aquela que tememos e negamos quando buscamos a todo custo, tranquilidade e segurança.
Logo depois da missa, o Santo Padre voltou a Castel Gandolfo. Após a oração do Angelus, o Papa Leão XIV almoçou com 100 convidados que vivem em situação de vulnerabilidade. De acordo com o diretor da Cáritas de Albano, os moradores de rua lhe pediram para tomar banho e receber roupas limpas para encontrar o Santo Padre. O almoço aconteceu no Jardim Laudato Si.
O Pontífice chegou entre os convidados apertando as mãos. Massimiliano mora nas ruas de Roma e pode estar à mesa ao lado do Papa. “Aqui não é tanto uma instituição de caridade, mas uma família. E é exatamente disso que eu gosto”, disse ele.
De acordo com Dom Vicenzo, o que aconteceu em Albano foi histórico. Estar na mesa eucarística e depois à mesa para almoçar com os pobres. Para o bispo, o Papa deu visibilidade a uma realidade que está no coração da diocese, a realidade do serviço aos últimos.