No Angelus deste domingo, Papa lembrou que tudo o que temos é dom de Deus e deve ser usado para a construção de um mundo mais justo e fraterno
Da Redação, com Boletim da Santa Sé

Leão XIV acena aos fiéis da janela do Palácio Apostólico neste domingo, 21 / Foto: Vatican Media/Mario Tomassetti via Reuters
O Evangelho do dia foi o centro das reflexões do Papa Leão XIV neste domingo, 21. Além de refletir sobre ele na missa que celebrou na paróquia de Santa Ana, o Pontífice partiu desta parábola do evangelista Lucas em sua reflexão antes da oração do Angelus. Segundo o Papa, um relato que leva a pensar sobre o uso dos bens materiais e como se tem administrado o bem mais precioso de todos: a própria vida.
No relato bíblico, um administrador é chamado pelo seu senhor a prestar contas. “Um dia seremos chamados a prestar contas do modo como administramos a nossa vida, os nossos bens e os recursos da terra, tanto perante Deus como perante os seres humanos, a sociedade e, sobretudo, aqueles que virão depois de nós.”, disse o Pontífice.
A verdadeira riqueza
O administrador em questão procurava o próprio lucro mas, ao chegar o dia da prestação de contas, precisou pensar em relação ao seu futuro. Foi quando compreendeu, explicou o Santo Padre, que o mais importante não é a acumulação de bens materiais, porque as riquezas deste mundo são passageiras. Então, chamou os devedores e abateu as suas dívidas, perdendo riqueza material, mas ganhando amigos, que estarão prontos para o ajudar e apoiar.
“Com efeito, se o administrador da parábola, mesmo na gestão da riqueza desonesta deste mundo, consegue encontrar uma maneira de fazer amigos, saindo da solidão do seu egoísmo, mais ainda nós, que somos discípulos e vivemos à luz do Evangelho, devemos usar os bens do mundo e a nossa própria vida pensando na verdadeira riqueza, que é a amizade com o Senhor e com os irmãos.”, afirmou.
O Pontífice propôs, então, um questionamento: “como estamos a administrar os bens materiais, os recursos da terra e a vida que Deus nos confiou?”. A resposta, segundo o Papa, pode ser o egoísmo, colocando a riqueza em primeiro lugar, ou o reconhecimento de que tudo é um dom de Deus. Nesta segunda perspectiva, usa-se tudo o que Deus dá ao homem como instrumento de partilha, para criar redes de amizade e solidariedade, para edificar o bem e construir um mundo mais justo, equitativo e fraterno.
“Rezemos à Santíssima Virgem, para que interceda por nós e nos ajude a administrar bem o que o Senhor nos confia, com justiça e responsabilidade.”, concluiu.