Ao refletir sobre o Evangelho deste domingo, 6, Papa chama a atenção para “cristãos de ocasião” e enfatiza desejo de trabalhar “no campo de Deus”
Da Redação, com Vatican News

Papa Leão XIV acena para fiéis / Foto: Vatican Media/Mario Tomassetti/Handout via REUTERS
O Papa Leão XIV rezou o Angelus junto aos fiéis reunidos na Praça São Pedro neste domingo, 6. Antes da tradicional oração mariana, ele fez uma breve reflexão sobre o Evangelho do dia (Lc 10,1-12.17-20), em que Jesus envia 72 discípulos para a missão.
Segundo o Pontífice, este número representa que a esperança do Evangelho é destinada a todos os povos. “É precisamente essa a grandeza do coração de Deus, a sua messe abundante, ou seja, a obra que Ele realiza no mundo para que todos os seus filhos sejam alcançados pelo seu amor e sejam salvos”, explicou.
O Reino de Deus germina nos homens, que mesmo quando parecem dominados por tantas outras coisas, procuram um sentido mais pleno para as suas vidas, e levam dentro de si um anseio de vida eterna. Contudo, pontuou o Santo Padre, Jesus afirma que os trabalhadores para essa messe são poucos.
“Há algo grande que o Senhor quer fazer na nossa vida e na história da humanidade, mas poucos são aqueles que se apercebem disso, que param para acolher o dom, que o anunciam e o levam aos outros”, observou Leão XIV.
Discípulos apaixonados, não “cristãos de ocasião”
Diante disso, o Papa declarou: “a Igreja e o mundo não precisam de pessoas que cumprem os seus deveres religiosos mostrando a sua fé como um rótulo exterior; precisam, pelo contrário, de operários desejosos de trabalhar no campo da missão, de discípulos apaixonados que testemunhem o Reino de Deus onde quer que estejam”.
O Pontífice ressaltou que talvez não faltem os “cristãos de ocasião” – aqueles que de vez em quando dão lugar a algum sentimento religioso ou participam em algum evento –, mas poucos são aqueles que estão prontos a trabalhar todos os dias no campo de Deus, cultivando no seu coração a semente do Evangelho para depois levá-la à vida cotidiana.
Para isso, prosseguiu o Santo Padre, não são necessárias muitas ideias teóricas sobre conceitos pastorais: é preciso, acima de tudo, rezar a Deus. “Com efeito, em primeiro lugar está a relação com o Senhor, cultivando o diálogo com Ele. Então, será Ele que nos tornará seus operários e nos enviará ao campo do mundo, como testemunhas do seu Reino”, concluiu.