Papa visita região de Puglia por ocasião dos 25 anos de morte de Dom Tonino Bello
Da Redação, com Boletim da Santa Sé
O Papa Francisco fez uma visita pastoral à região de Puglia, no sul da Itália, nesta sexta-feira, 20. Ele visitou Alessano, na diocese de Ugento, e Molfetta, na diocese de Bari, por ocasião dos 25 anos da morte de Dom Tonino Bello, bispo italiano para o qual foi encaminhado processo de beatificação.
A primeira parada de Francisco foi no cemitério em Alessano, onde o Papa teve um momento de oração no túmulo de Dom Tonino e saudou alguns familiares desse Servo de Deus. Já na praça em frente ao cemitério, o encontro com os fiéis locais, quando o Papa recordou que a verdadeira riqueza para Dom Tonino era entender os pobres.
“Tinha razão, porque os pobres são realmente riqueza da Igreja”, disse o Papa, e acrescentou: “Uma Igreja que tem no coração os pobres permanece sempre sintonizada no canal de Deus, nunca perde a frequência do Evangelho”.
Ao longo do discurso, Francisco recordou aos fiéis a proximidade de Dom Tonino aos pobres, agindo localmente para semear a paz globalmente, na convicção de que o melhor modo de prevenir a violência e todo tipo de guerra é cuidar dos necessitados e promover a justiça.
O Pontífice destacou ainda a vocação segundo Don Tonino: um chamado a confiar sempre em Deus, a ter a audácia de não parar em meias medidas. “Quando o Senhor pede um ‘sim’ não se pode responder com um ‘talvez’. Fará bem, não somente aos jovens, mas a todos nós, a todos aqueles que procuram o sentido da vida, ouvir e ouvir novamente as palavras de Don Tonino”.
Concluindo seu discurso em Alessano, o Santo Padre falou aos fiéis sobre o que o testemunho de Don Tonino diz ainda aos dias de hoje. A ênfase, nesse momento, foi para o que Don Tonino sempre dizia: pessoas que partem da contemplação ao dinamismo da ação, que nunca separam oração e ação. “Imitemos Dom Tonino, deixemo-nos levar pelo seu jovem ardor cristão (…) . É um convite forte dirigido a cada um de nós e a nós como Igreja”, concluiu o Papa.
Santa Missa em Molfetta
De Alessano, cidade natal de Dom Tonino Bello, o Papa seguiu para Molfetta, onde o religioso foi bispo. Lá, Francisco presidiu a Santa Missa, no Porto de Molfetta, desenvolvendo sua homilia a partir de dois elementos centrais para a vida cristã, apresentados na liturgia do dia: o Pão e a Palavra.
“O pão é o alimento essencial para viver e Jesus no Evangelho se oferece a nós como Pão da vida. (…) Sem Ele, Pão da vida, todo esforço na Igreja é em vão, como recordava Dom Tonino Bello: ‘Não bastam as obras de caridade, se falta a caridade das obras’”, disse.
Sobre a Palavra, Francisco observou que o Evangelho reporta ásperas discussões em torno das palavras de Jesus: ‘Como pode esse homem dar-nos a sua carne para comer?’. O Papa atentou para o ar de derrota nessas palavras, às quais se assemelham tantas palavras ditas hoje: ‘como pode o Evangelho resolver os problemas do mundo? Para que serve fazer o bem em meio a tanto mal?’.
“Assim caímos no erro daquelas pessoas, paralisadas ao discutir as palavras de Jesus, em vez de estarem prontas a acolher a mudança de vida pedida por Ele”, disse o Papa, lembrando que Dom Tonino exortava a acolher a novidade de vida, passando das palavras aos fatos. “Depois de ter encontrado o Ressuscitado, não se pode esperar, não se pode adiar; é preciso ir, sair, apesar de todos os problemas e incertezas”, destacou Francisco.
Concluindo a homilia, o Santo Padre retomou uma vez mais o exemplo de Dom Tonino. “Queridos irmãos e irmãs, em toda Missa nos alimentamos do Pão da vida e da Palavra que salva: vivamos aquilo que celebramos! Assim, como Dom Tonino, seremos fonte de esperança, de alegria e de paz”.