Papa na Terra Santa: bispo cita viés pastoral e diplomático

Visita do Papa será uma peregrinação de oração e penitência, porém haverá grande valor político, destaca o Vigário do Patriarcado Latino de Jerusalém para Israel e Nazaré

Da Redação, com Agências

Visita à Terra Santa será pastoral e diplomática, diz bispo

Francisco terá uma agenda com 28 compromissos oficiais / Foto: Arquivo

Cresce a expectativa para a visita do Papa Francisco à Terra Santa, que terá início, neste sábado, 24, e será concluída na segunda-feira, 25. Serão três dias para cumprir uma agenda de 28 compromissos oficiais. Francisco será recebido por autoridades civis e eclesiásticas, entre elas, o Núncio Apostólico em Israel e Delegado Apostólico na Palestina, Dom Giuseppe Lazzarotto.

O bispo destaca a importância da visita no âmbito das comemorações dos 50 anos do encontro entre Paulo VI e o Patriarca Ecumênico de Constantinopla, Atenágoras.

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“Após 50 anos, o Papa Francisco e o Patriarca Bartolomeu querem recordar juntos aquele gesto, com todos os líderes das Igrejas cristãs de Jerusalém, para abrir novos caminhos. Aquele foi, realmente, um momento que deu impulso a uma mudança muito significativa, da qual, ainda hoje, colhemos os frutos. Foi um gesto inspirado pelo Espírito Santo”, reforça Dom Giuseppe.

De acordo com o Núncio, o encontro será histórico, porque marcará um novo passo no caminho do diálogo ecumênico, sendo simbolizado por um novo abraço entre dois líderes tão importantes para o Cristianismo.

Dom Giuseppe Lazzarotto destacou também que o povo precisa da presença do Santo Padre, da sua palavra, dos seus gestos, que trarão otimismo e encorajamento. “Da minha parte, espero que esta viagem do Papa possa dar esperança e confiança aos cristãos, que enfrentam grandes dificuldades e exclusão na terra de Jesus. Esperamos aprender a viver e a caminhar juntos, como uma grande família, em comunhão, diálogo e paz”, concluiu o Núncio.

O Vigário do Patriarcado Latino de Jerusalém para Israel e Nazaré, Dom Giacinto-Boulos Marcuzzo, que é um dos organizadores da da Viagem Papal, destaca a continuidade com as visitas realizadas pelos Papas Paulo VI, João Paulo II e Bento XVI.

“Também a do Papa Francisco será uma peregrinação de “oração e penitência” – como dizia sobretudo Paulo VI – e pastoral, isto é, de contato pessoal com as pessoas do lugar”, explica o bispo.

Dom Marcuzzo destaca que no âmbito das relações diplomáticas, essa visita terá novidades. “A diferença é que, desta vez, o Estado de Israel fez imposições e pediu que fossem introduzidos novos aspectos protocolares. Se terá, por exemplo, a visita ao Muro das Lamentações, ao Grande Rabinato e a Yad Vashem, mas acrescentaram ainda a deposição de uma coroa de flores no túmulo de Herzl, além das duas visitas oficiais ao Chefe de Estado e o encontro com Netanyahu”, explica.

Ainda segundo o organizador, essas condições ocuparam muito espaço, tornando impossível uma visita do Papa à Nazaré, e em parte, limitando o aspecto pastoral da visita em favor do aspecto protocolar.

Dom Marcuzzo explica, por exemplo, que até mesmo os bispos da Igreja local da Terra Santa, exceto o séquito papal e o Patriarca, não poderão participar de todos os momentos da manhã da segunda-feira, 26, inclusive a visita à Mesquita de Omar e o encontro com os líderes muçulmanos.

“Sentimos muito, sobretudo, que em Jerusalém os cristãos não poderão ver o Papa, porque onde ele passará o Papa, como disse a polícia, existirá restrição à circulação(…). O aspecto pastoral, porém, será muito bem evidenciado durante a passagem por Amã, na Jordânia e em Belém”, concluiu o vigário.

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