O Papa Bento XVI chegou às 8h30 (horário de Brasília) no aeroporto Queen Alia de Amã. Foi acolhido pelo Rei Abdallah II, acompanhado pela Rainha Rania, e pelos Patriarcas e bispos da Jordânia e da Terra Santa. Na cerimônia de boas-vindas, sublinhou suas intenções de “peregrino da paz”, que quer “venerar os lugares santos que têm desempenhado uma parte tão importante em alguns dos principais acontecimentos da história bíblica”. No discurso de chegada, o Papa evidenciou a sua motivação espiritual e pastoral na viagem à Terra Santa.
O Santo Padre expressou um “profundo respeito pela comunidade muçulmana” e saudou o papel de liderança do rei Abdallah na promoção “de uma melhor compreensão das virtudes do Islã”.
Bento XVI recordou a mensagem de Amman (2004), uma das “nobres ações” para “promover uma aliança de civilizações entre o Ocidente e o mundo muçulmano”, contrariando “as previsões daqueles que consideram a violência e os conflitos inevitáveis”.
O rei Abdallah II apontou os esforços para promover a paz no Médio Oriente e no mundo, “incentivando o diálogo inter-religioso, apoiando os esforços para encontrar uma solução justa, evitando o extremismo”.
O Sumo Pontífice relembrou ainda os esforços de paz desenvolvidas pelo antigo rei Hussein, pai de Abdallah II. “Que o seu empenho em resolver os conflitos na região continuem a dar frutos num esforço para promover uma paz duradoura e verdadeira justiça para todos aqueles que vivem no Médio Oriente”.
Sua Santidade também falou dos lugares que tenciona visitar, o memorial de Moisés, no Monte Nebo e o local de batismo de Jesus. “Nos próximos dias irei visitar lugares santos e terei a alegria de benzer a primeira pedra da igreja que vai surgir no local do batismo de Jesus”.
“A possibilidade de a comunidade católica da Jordânia poder edificar lugares públicos de culto, é um sinal de respeito deste país pela religião. Em nome dos católicos quero exprimir o quanto significa esta abertura”.
Bento XVI assinalou a liberdade religiosa como um direito humano fundamental. “É minha esperança que o respeito dos direitos inalienáveis e pela dignidade de cada homem e cada mulher venham a ser cada vez mais afirmados e defendidos, não só no Médio Oriente, mas em todo o mundo”.
“Obrigada pelo acolhimento e atenção”, finalizou o Pontífice.
O rei Abdallah, dando as boas vindas ao Papa, relembrou a vista, há nove anos atrás, de João Paulo II, onde “juntos afirmamos a coexistência pacífica entre cristãos e muçulmanos”. Os conseqüentes acontecimentos mundiais “mostraram o quanto estávamos certos”, afirmou, sublinhando a “rejeição de violência”.
A presente visita de Bento XVI deve servir para “renovar o nosso compromisso de diálogo”.
“A herança da humanidade liga-nos, a mútua crença em Deus, dá-nos uma base acrescida de entendimento”, afirmou, recordando palavras do profeta Maomé que disse “que ninguém tem fé enquanto não amar o seu irmão tal como se ama a si mesmo”.
O rei Abdallah II firmou o compromisso de “espalhar as boas relações entre cristãos e muçulmanos”.
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