Declaração comum foi assinada, no domingo, 25, no encontro privado entre Papa Francisco e o Patriarca Bartolomeu
Jéssica Marçal
Da Redação
O momento mais esperado da visita do Papa Francisco à Terra Santa foi o encontro com o Patriarca Ecumênico Bartolomeu I, ocasião em que eles assinaram uma declaração conjunta. O foco da mensagem é reiterar a necessidade de unidade entre os cristãos.
Francisco e Bartolomeu tiveram encontro privado, no domingo, 25, quando assinaram a declaração. No texto, recordam o histórico abraço entre o Papa Paulo VI e o Patriarca Atenágoras, gesto que há 50 anos abriu um caminho para o diálogo entre as Sés de Roma e de Constantinopla. “Hoje, reafirmamos o nosso compromisso de continuar a caminhar juntos rumo à unidade pela qual Cristo nosso Senhor rezou ao Pai pedindo que ‘todos sejam um só’ (Jo 17, 21)”.
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Um destaque é dado para o diálogo teológico realizado pela Comissão Mista Internacional, que contribui para a busca da plena comunhão entre católicos e ortodoxos. Embora o processo esteja em andamento, os dois líderes religiosos destacam que já é preciso dar um testemunho comum do amor de Deus, trabalhando em conjunto a serviço da humanidade.
“Reconhecemos que a fome, a pobreza, o analfabetismo, a distribuição desigual de recursos devem ser constantemente enfrentados. É nosso dever procurar construir juntos uma sociedade justa e humana, onde ninguém se sinta excluído ou marginalizado”.
O Papa e o Patriarca prometem empenho na sensibilização sobre o cuidado com a criação. E pensando na necessidade de proteger o direito dos cristãos exprimirem publicamente sua fé, eles convidam todos os cristãos ao diálogo autêntico com o judaísmo, islamismo e outras tradições religiosas. “A indiferença e a ignorância mútua só podem levar à desconfiança e mesmo, infelizmente, ao conflito”.
Não falta no texto uma menção à situação dos cristãos no Oriente Médio. Francisco e Bartolomeu elevam suas orações pela paz na Terra Santa e no Oriente Médio em geral, em especial pelas Igrejas no Egito, Síria e Iraque.
“Encorajamos todas as Partes, independentemente das próprias convicções religiosas, a continuarem a trabalhar pela reconciliação e o justo reconhecimento dos direitos dos povos. Estamos convencidos de que não são as armas, mas o diálogo, o perdão e a reconciliação, os únicos meios possíveis para alcançar a paz”.
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