Papa participa de encontro inter-religioso no Azerbaijão

Em um dos ápices da viagem ao país, Papa pediu que se possa construir, juntos, um futuro de paz

Da Redação, com Rádio Vaticano

Papa durante encontro inter-religioso no Azerbaijão / Foto: Reprodução CTV

Papa durante encontro inter-religioso no Azerbaijão / Foto: Reprodução CTV

A breve visita do Papa Francisco ao Azerbaijão teve um forte caráter inter-religioso. Neste domingo, 2, um dos ápices da viagem foi o encontro inter-religioso na Mesquita Heydar Aliyev, de Baku, reunindo o xeque dos muçulmanos do Cáucaso, Allahshukur Pashazadeh, e representantes das outras comunidades do país.

Em seu discurso, o Papa destacou que realizar este encontro neste local de oração foi um grande sinal. “Um sinal que manifesta aquela harmonia que as religiões, em conjunto, podem construir, a partir das relações pessoais e da boa vontade dos responsáveis”.

O presente encontro, recordou o Papa, está em continuidade com os numerosos encontros que se realizam em Baku para promover o diálogo e a multiculturalidade. “Abrir-se aos outros não empobrece, mas enriquece, porque nos ajuda a ser mais humanos”.

O Santo Padre destacou também o papel que as religiões têm de acompanhar os homens em busca do sentido da vida, ajudando-os a compreender que as limitadas capacidades do ser humano e os bens deste mundo nunca se devem tornar absolutos.

“As religiões são chamadas a fazer-nos compreender que o centro do homem está fora dele, que tendemos para o Outro infinito e para o outro que está próximo de nós. Aí o homem é chamado a encaminhar a vida rumo ao amor mais sublime e, simultaneamente, mais concreto: este não pode deixar de estar no cume de toda a aspiração autenticamente religiosa”.

A sociedade, por sua vez, observou Francisco, está sempre obrigada a vencer a tentação de se servir do fator religioso: as religiões não devem jamais ser instrumentalizadas e nunca se podem prestar a apoiar conflitos e confrontos, enfatizou. Pelo contrário, “é fecunda uma ligação virtuosa entre sociedade e religiões, uma aliança respeitosa que deve ser construída e preservada”.

“Deus não pode ser invocado para interesses de parte nem para fins egoístas; não pode justificar qualquer forma de fundamentalismo, imperialismo ou colonialismo. Mais uma vez deste lugar tão significativo, levanta-se o grito angustiado: nunca mais violência em nome de Deus! Que o seu Santo nome seja adorado, e não profanado nem mercantilizado por ódios e conflitos humanos”, disse com veemência Francisco.

Não faltou no discurso do Papa um novo apelo pela paz, evocando a necessidade de construir um futuro de paz. “Não é tempo de soluções violentas e bruscas, mas o momento urgente de empreender processos pacientes de reconciliação. A verdadeira questão do nosso tempo não é como promover os nossos interesses, mas que perspetiva de vida oferecer às gerações futuras, como deixar um mundo melhor do que aquele que recebemos”.

Evite nomes e testemunhos muito explícitos, pois o seu comentário pode ser visto por pessoas conhecidas.

↑ topo