Na noite desta quarta-feira, 8, o Papa Francisco se encontrou com o presidente da Bolívia, Evo Morales, e com autoridades civis
Rogéria Nair
Da Redação
Em seu discurso ao presidente da Bolívia e autoridades civis bolivianas, o Santo Padre afirmou ser vocação de todos o serviço ao bem comum. Ao fazer menção à definição dada pelo Concílio Vaticano II, declarou que o “bem comum” é o conjunto das condições da vida social que permitem, tanto aos grupos como a cada membro, alcançar mais plena e facilmente a própria perfeição.
O ambiente natural e o ambiente social, político e econômico estão intimamente relacionados, por isso, segundo o Sumo Pontífice, é necessário estabelecer as bases de uma ecologia integral que englobem todas as dimensões humanas para resolver as graves questões do meio ambiente e da sociedade. Destacando que, se não for desta forma, o desejo de deixar um mundo melhor, que tenha sentido e valores para aqueles que vierem depois de nós, derreter-se-á como os montes glaciais.
Partindo do pressuposto de que tudo está relacionado, ressaltou que, para a compreensão e a resolução dos problemas da humanidade, a economia não pode visar apenas à produção máxima nem a política se deixar levar pela especulação financeira. Ainda neste sentido, abordou a importância da cultura para o desenvolvimento não só da capacidade intelectual do ser humano nas ciências e na criação da beleza nas artes, como também das tradições populares locais com sua sensibilidade particular ao meio em que surgiram e ao qual dão sentido. Salientou ainda ser fundamental a educação de qualidade que cultive atitudes de solidariedade e responsabilidade recíproca entre as pessoas.
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Referindo-se aos cristãos como discípulos da Boa Nova, atribuiu-lhes a capacidade de enobrecer as pessoas, inspirar altos ideais capazes de incentivar linhas de ação que vão além dos interesses individuais.
E afirmou que o “bem estar” e “bem comum” são palavras distintas que, muitas vezes, são confundidas. “O bem comum é algo mais do que a soma de interesses individuais; é passar do que é melhor para mim àquilo que é melhor para todos”, declarou Francisco.
Referiu-se à Igreja como serva da luz Evangelho e não sua proprietária, assegurando que a fé é uma luz que não encandeia nem perturba, mas ilumina e orienta ao respeito pela consciência e pela história de cada pessoa e cada sociedade humana.
Despediu-se de todos os presentes motivando a população boliviana a incentivar e a favorecer a germinação da espiritualidade e do compromisso cristão nas obras sociais e a criar novas sínteses culturais.
“A Bolívia, na sua busca de integração e unidade, é chamada a ser uma ‘multiforme harmonia que atrai’” (EG 117), concluiu o Santo Padre.