Constituição apostólica Veritatis gaudium reflete sobre as universidades e as faculdades eclesiásticas
Da Redação, com Boletim da Santa Sé
O Vaticano publicou nesta segunda-feira, 29, um novo documento escrito pelo Papa Francisco: a constituição apostólica “Veritatis gaudium” (Alegria da verdade), sobre as universidades e as faculdades eclesiásticas. O documento foi apresentado à imprensa em uma entrevista coletiva.
Presentes na coletiva com os jornalistas o prefeito da Congregação para a Educação Católica, Cardeal Giuseppe Versaldi; o secretário da Congregação, Dom Angelo Vincenzo Zani, e o presidente do Instituto Universitário Sophia, professor Piero Coda.
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.: Constituição apostólica Veritatis gaudium (em português)
Até então, as universidades e faculdades eclesiásticas eram regidas pela Constituição Apostólica Sapientia christiana (Sabedoria cristã), documento datado de 15 de abril de 1979 e escrito pelo então Papa João Paulo II. Diante dos desafios atuais, a Congregação para a Educação Católica propôs ao Papa Francisco um novo quadro normativo. O Papa assumiu esta revisão e decidiu fazer uma nova constituição apostólica. Ele mesmo, no proêmio do documento, defende essa necessidade de atualização.
“Passados quase quarenta anos, fiéis ao espírito e às orientações do Vaticano II e como sua oportuna atualização, torna-se hoje necessário e urgente uma atualização da referida Constituição Apostólica. De fato, permanecendo plenamente válida na sua visão profética e no seu lúcido ditame, precisa de ser integrada com as disposições normativas entretanto emanadas, tendo em conta ao mesmo tempo o desenvolvimento no campo dos estudos acadêmicos que se registou nas últimas décadas bem como as mudanças no contexto sociocultural a nível global, e ainda quanto foi recomendado a nível internacional na implementação das várias iniciativas a que aderiu a Santa Sé”, escreve o Pontífice.
“A nova Constituição sobre os estudos acadêmicos eclesiásticos indica o sentido e, mais especificamente, os critérios de fundo para uma renovação e um impulso da contribuição dos estudos eclesiásticos em uma Igreja missionária ’em saída’, como ilustrado no amplo proêmio, inspirado na Evangelii gaudium”, afirmou Cardeal Versaldi na apresentação do documento aos jornalistas.
Também presente na coletiva, Dom Angelo Vincenzo Zani comentou algumas novidades da constituição apostólica publicada hoje. Além de confirmar as disposições normativas anteriores, o documento prevê novidades de natureza diversa, sendo que algumas dizem respeito aos cursos de estudo e aos relativos títulos, outras à figura dos docentes e de pessoas com cargo de responsabilidade, e outras de aspectos institucionais.
Uma das novidades é sobre o ensino à distância. “A revolução informática e telemática é perpetrada amplamente nos sistemas acadêmicos abrindo cenários antes impensáveis com oportunidades novas de conhecimento, estudos e pesquisa”, afirmou Dom Zani. Por isso, no artigo 31, parágrafo 2, a constituição apostólica Veritatis gaudium prevê que uma parte dos cursos possa ser desenvolvida na modalidade à distância se o ordenamento dos estudos, aprovado pela Congregação para a Educação Católica, prevê isso e determina as condições.
O documento, na visão do professor Coda, tem um alto perfil programático. “Com uma perspectiva de lucidez o Papa Francisco discerne o apelo que vem da ‘mudança de época’ que vivemos e delineia as coordenadas de um planejamento acadêmico ao mesmo tempo de vasto respiro e de pontual concretude”.