Dom Fernando Ramos, secretário-geral da Conferência Episcopal Chilena, disse que a conversa abordou o trabalho presente e as perspectivas futuras da Igreja
Vatican News
O encontro entre os bispos chilenos e o Papa Francisco na manhã desta segunda-feira, 14, se realizou num clima de ‘diálogo fraterno’. Uma hora pela manhã, seguida de almoço na Casa de Santa Marta com o Romano Pontífice. O objetivo era apresentar o caminho da Igreja chilena ao longo de 2018, oito meses após a última reunião com o Papa em maio, quando se reuniram para tratar da questão dos abusos.
Dom Fernando Ramos, bispo auxiliar de Santiago, administrador apostólico de Rancagua e secretário-geral da CECh, falou sobre o encontro com Vatican News.
“O objetivo desta visita surgiu na última Assembleia Plenária do Episcopado chileno, em novembro de 2018, na qual consideramos oportuno encontrar-nos com o Santo Padre depois da visita ao Chile em janeiro e da reunião em maio. Passaram oito meses desde esse último encontro, houve uma sucessão de acontecimentos na Igreja chilena e pareceu-nos muito importante repassar estes eventos, analisar o seu significado para a Igreja, o momento atual e o futuro que temos pela frente. Explicamos ao Santo Padre quais são as nossas perspectivas de trabalho e tivemos um diálogo muito frutuoso sobre isso”.
Em linhas gerais, o que apresentou ao Santo Padre e como se desenvolveu a visita?
“A visita começou com um encontro das 11h às 12h, foi uma hora muito interessante de diálogo muito fraterno. O Santo Padre nos escutou com muita atenção, fez algumas intervenções, mas depois recebeu outra pessoa importante, uma autoridade política italiana, e nos convidou para o almoço. De lá fomos até a Casa Santa Marta, almoçamos com ele e ficamos até as três horas da tarde em um diálogo muito interessante”.
“Explicamos a evolução dos acontecimentos desde a visita do Papa ao Chile e, em seguida, quais foram as diferentes reflexões dentro da Igreja chilena, de vários tipos, que enriqueceram seu desenvolvimento. Também lhe adiantamos que, em 2019, queremos aprofundar o discernimento para que em 2020 possamos realizar uma assembleia eclesial que dê as diretrizes para novas orientações pastorais da Igreja chilena”.
O Papa lhes ofereceu alguma indicação?
“Foram muitos conselhos. Durante o diálogo – de muitos e muito diversos aspectos – manifestou sempre, a partir de sua experiência e sabedoria, diversos aspectos que apontam para a comunhão eclesial, o diálogo entre as diferentes pessoas que compõem o povo de Deus e a importância do reconhecimento do povo de Deus em todas as suas dimensões”.
A publicação do código de conduta dos ministros ordenados e do protocolo de boa conduta, previsto para abril, continua em vigor?
“Sim, vamos unir os dois e vamos fazer um como um todo que será muito preciso para todos aqueles que trabalham na Igreja, e será apresentado na assembleia plenária em abril/maio, para divulgá-lo”.
Na próxima reunião em fevereiro, quem virá?
“O convite é dirigido ao Presidente das Conferências Episcopais ou a um representante, neste caso o Presidente da Conferência Episcopal do Chile me pediu para representá-lo na reunião de fevereiro. Aceitei e virei com muito interesse. Falamos com o Santo Padre sobre o que significará este encontro e também algum pronunciamento público foi feito pelo jornalista Andrea Tornielli, que é o novo diretor editorial do Dicastério da Comunicação, que também está tentando difundir o verdadeiro significado deste encontro”.