A viagem do Papa Francisco ao Egito acontece num momento em que se registram melhorias na relação entre a Santa Sé e a Universidade Al-Azhar
Da redação, com Agência Ecclesia
O Vaticano anunciou, neste sábado, 18, em comunicado, que o Papa Francisco visitará o Egito, de 28 a 29 de abril deste ano. Esta será a 18ª viagem internacional do atual pontificado.
A viagem à cidade do Cairo acontece “a convite do presidente da República” do Egito, Abdel Fattah al-Sisi, “dos bispos da Igreja Católica, de sua santidade Papa Tawadros II [Igreja Copta Ortodoxa] e do grande imã da Mesquita de Al Azhar, xeque Ahmed Mohamed el-Tayyib”, refere uma nota assinada pelo diretor da sala de imprensa da Santa Sé, Greg Burke.
Reaproximação
A viagem ao Egito acontece num momento em que se registram melhorias na relação entre a Santa Sé e a Universidade Al-Azhar, instituição religiosa mais prestigiada do Islã sunita, sediada no Cairo.
Em 23 de maio de 2016, o Papa recebeu no Vaticano o grande imã de al-Azhar (Egito), Ahmad Al-Tayyeb. Ambos sublinharam “o grande significado deste novo encontro” no quadro do diálogo entre a Igreja Católica e o Islã.
“Falaram principalmente sobre o tema do compromisso comum das autoridades e dos fiéis das grandes religiões pela paz no mundo, da recusa da violência e do terrorismo”, dissea Santa Sé na ocasião.
Os líderes falaram ainda da situação dos cristãos “no contexto dos conflitos e das tensões no Médio Oriente” e a necessidade de promover a sua “proteção”.
O encontro inédito durou cerca de 30 minutos e encerrou-se com um abraço entre os dois responsáveis.
Combate ao terrorismo
No último dia 25 de fevereiro, a Universidade sunita de Al-Azhar, do Cairo,e o Conselho Pontifício para o Diálogo Inter-religioso, da Santa Sé, estiveram reunidos no Egito para debater formas conjuntas de combater o terrorismo e o fundamentalismo.
Após esse encontro, a Santa Sé convidou, por meio de comunicado, católicos e muçulmanos a “rejeitar toda forma de fanatismo, extremismo e violência em nome da religião”.
O encontro teve como tema ‘O papel de al-Azhar al-Sharif e do Vaticano no combate aos fenômenos de fanatismo, extremismo e violência em nome da religião’.
A 12 de dezembro de 2016, o Papa telefonou ao patriarca da Igreja copta-ortodoxa, Tawadros II, para manifestar-lhe o seu pesar pelo atentado que teve lugar junto da Catedral de São Marcos, no Cairo, Egito.
Segundo o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Francisco deixou uma palavra de solidariedade ao patriarca e à comunidade copta atingida pelo ataque, que provocou mais de 20 mortes e dezenas de feridos, incluindo muitas mulheres e crianças.
“Estamos unidos no sangue dos nossos mártires”, disse o Papa Francisco.
A 17 de fevereiro de 2015, o Papa Francisco celebrou Missa na capela da Casa de Santa Marta, no Vaticano, pelos 21 cristãos coptas que foram assassinados na Líbia por jihadistas do autoproclamado ‘Estado Islâmico’.
Em maio de 2013, pouco menos de dois meses após o início do atual pontificado, Francisco e Tawadros II, reuniram-se no Vaticano e rezaram junto ao túmulo de São Pedro, o que aconteceu pela primeira vez desde a assinatura da declaração comum entre o Papa Paulo VI e o patriarca Shenouda III, em 1973.