Francisco lembrou que ainda há pessoas que conhecem a Doutrina, mas não têm fé
Da Redação, com Rádio Vaticano
“Uma fé que não dá frutos em obras não é fé”. Com esta afirmação, Papa Francisco iniciou a homilia, desta sexta-feira, 21, na Casa Santa Marta.
Francisco retomou o que diz São Tiago, na Primeira Leitura do dia, sobre o risco de existir cristãos que recitam as palavras do Credo e muito pouco as colocam em prática. Para Francisco, são claras as palavras de Tiago: a fé sem frutos na vida não é fé.
“Vocês podem conhecer todos os mandamentos, todas as profecias, todas as verdades de fé, mas se isso não for colocado em prática, se não se transformar em obras, não servirá para nada. É possível recitar o Credo teoricamente, mesmo sem ter fé; e há tantas pessoas que fazem assim! Também os demônios! Estes conhecem muito bem o que se diz no Credo e sabem que é verdade.”
A diferença, segundo explicou Francisco, é que os demônios não têm fé, porque ter fé não é ter conhecimento, mas receber a mensagem de Deus trazida por Jesus. No Evangelho, continuou o Papa, dois sinais revelam pessoas que sabem que devem crer, mas não têm fé.
O primeiro é o exemplo daqueles que perguntavam a Jesus se era permitido pagar os impostos ou qual dos sete irmãos do marido deveria esposar a mulher viúva. O segundo sinal é a ideologia dos cristãos que pensam a fé como um sistema de ideias. Em ambos os casos, trata-se de cristãos que conhecem a Doutrina [da Igreja], mas não têm fé.
Em contrapartida, há também, no Evangelho, exemplos de pessoas que não conhecem a Doutrina, mas têm muita fé. O Papa citou o episódio da mulher Cananeia, que, com a sua fé, conseguiu a cura da filha vítima de uma possessão. Também a Samaritana, que abriu seu coração e encontrou Jesus, ou o cego que foi curado por Cristo. Três exemplos, segundo o Papa, que demonstram que fé e testemunho são inseparáveis.
“A fé é um encontro com Jesus Cristo, com Deus. É isso que o apóstolo quer dizer: uma fé sem obras, uma fé que não o envolve, que não o leva ao testemunho, não é fé. São palavras e nada mais que palavras”.
A celebração de hoje foi oferecida pelo Papa em ação de graças pelos 90 anos do Cardeal Silvano Piovanelli, arcebispo emérito de Florença, Itália, agradecendo-lhe por seu testemunho e bondade.