Em seus primeiros dias como Papa, Francisco quebrou alguns protocolos e surpreendeu o mundo

Kelen Galvan
Da Redação

A espontaneidade do Papa Francisco tornou-se evidente desde os primeiros momentos de seu Pontificado. No dia de sua eleição, 13 de março de 2013, ao aparecer pela primeira vez no Balcão Central da Basílica Vaticana, o Santo Padre inclinou-se, em um gesto histórico, para pedir orações aos fiéis.

No dia seguinte, foi à Basílica de Santa Maria Maior para rezar e, em seguida, ao hotel, onde ficou hospedado antes do Conclave, para pegar suas coisas e pagar a conta. No mesmo dia, à tarde, surpreendeu a todos, ao escolher ir de ônibus junto com os outros cardeais para a Celebração de sua primeira Missa na Capela Sistina.

Deste episódio, Frederico Henrique de Oliveira foi testemunha ocular. Missionário da Comunidade Canção Nova, estava em Roma para a cobertura do Conclave, e entre os muitos trabalhos que realizou, um deles era a produção e gravação de vídeos para a Arquidiocese de São Paulo.

Na manhã daquele dia, Frederico acompanhava o Cardeal Odilo Scherer, que, após a coletiva de imprensa dos cardeais brasileiros, gravaria uma mensagem para sua arquidiocese. Após a gravação, foram almoçar; em seguida, o cardeal ofereceu carona para levá-lo até o centro multimídia. Antes disso, porém, os outros cardeais o convidaram, juntamente com alguns sacerdotes que lá estavam, para que fossem no ônibus, a fim de, quem sabe, conseguir participar da Missa com o Papa.

“Chegando na residência Santa Marta, entramos no ônibus, em direção à Capela Sistina. Para nossa surpresa, o Papa saiu da Casa Santa Marta e, quando viu o ônibus com os cardeais, veio em nossa direção e entrou no ônibus, para a alegria de todos”, recorda Frederico.

Sentado no fundo do ônibus, Frederico pôde registrar aquele momento. A foto inédita percorreu o mundo, como sinal da simplicidade de Francisco.

Frederico e os sacerdotes não conseguiram participar da Missa, pois era reservada aos cardeais. Então, retornaram para a Casa Santa Marta e ficaram aguardando os cardeais brasileiros. Horas depois, outra surpresa: o Papa chegou e cumprimentou todos os que estavam na recepção. Neste momento, o missionário pôde contar ao Papa que sua esposa estava grávida, e que, em sua homenagem, mudariam o nome do filho para Francesco.  O Papa agradeceu e disse que iria rezar por ele.

A decisão foi contada à esposa no momento seguinte, e foi o próprio Dom Odilo que lhe contou o fato.

A jornalista e missionária da Comunidade Canção Nova, Mirticeli Medeiros, também acompanhou, de perto, esse jeito expressivo do Papa Francisco. Ela foi a enviada especial do site de notícias (noticias.cancaonova.com), e conta que, num primeiro momento, as iniciativas espontâneas do novo Pontífice assustaram os jornalistas presentes. O susto durou pouco. “Já de início, percebemos, até mesmo nas palavras do padre Lombardi, porta-voz da Santa Sé, as reais intenções do Santo Padre: a de continuar, a seu modo, tudo aquilo que seu antecessor, Bento XVI, já havia iniciado”, recorda.

Uma cena que comoveu a jornalista e que repercutiu nos jornais, foi, durante sua primeira catequese, o abraço que o Papa deu em jovem deficiente. “Ali, vi a ternura de Deus que o Papa Francisco sempre faz questão de enfatizar em seus discursos”, afirma.

Definidas, de modo geral, como “quebras de protocolo” pelos meios de comunicação, a jornalista diz não gostar muito dessa expressão. “Gosto de dizer que Papa Francisco se sente à vontade para se expressar do jeito que é, assim como os demais Papas trouxeram para seus respectivos pontificados um jeito próprio de governar e conduzir as coisas”.

Até 13 de março, você confere no especial papa.cancaonova.com matérias especiais recordando momentos marcantes desse primeiro ano de pontificado de Francisco.

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