O Papa pelo povo

Fiéis relatam suas impressões sobre o pontificado de Francisco

Após quase 365 dias como Papa, Francisco parece já ter deixado a marca de seu pontificado

Jéssica Marçal e Kelen Galvan
Da Redação

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Papa percorre a Praça São Pedro no dia do início oficial de seu pontificado / Foto: Arquivo Canção Nova Roma

Um Papa alegre. Um Bom Pastor. Um Papa reformador. Várias são as definições atribuídas ao Papa Francisco devido ao seu estilo manifestado nesse primeiro ano de pontificado, data que será comemorada no próximo dia 13, um ano após sua eleição como Bispo de Roma.

Já com a escolha de seu nome, Francisco revelou o tom de seu pontificado: um serviço aos mais necessitados, uma exortação à cultura do encontro. “O verdadeiro poder é o serviço: o Papa deve servir a todos, especialmente os mais pobres, os mais fracos e os mais pequenos”, foi o que ele mesmo escreveu em sua conta no twitter em 19 de março de 2013, dia que assumiu oficialmente seu pontificado.

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: Todas as matérias especiais do primeiro ano de pontificado de Francisco

Nossa equipe colheu depoimentos de algumas pessoas que têm acompanhado Francisco e suas mensagens nesse seu primeiro ano de pontificado. Confira a seguir o que elas dizem do Santo Padre:

“Muito se fala de uma renovação na Igreja, e eu acredito que de fato podemos contemplar isso. Mesmo que Bento XVI já a tivesse iniciado, Francisco deu visibilidade a essa renovação, encaixando-se perfeitamente à obra do Papa alemão. Obviamente que ele imprimiu o seu estilo, e foi isso que explodiu em todo mundo. Ele trouxe a “prática pastoral” de seus anos em Buenos Aires e a adequou à Igreja Universal. E o fez de modo surpreendente, capaz de abrir muitos corações fechados e encantar os mais céticos. Ele mostra que esse estilo durará em todo o seu Pontificado. Se alguém duvidava que a Igreja Católica estava de portas abertas a todos, ele, mais do que falar, faz com que todos vejam isso”

Liliane Borges, jornalista e membro da Comunidade Canção Nova

“O perfil do Papa Francisco está muito claro, aquilo que ele falou: que os padres devem ter o cheiro das ovelhas. O Papa Francisco é um homem de Deus e um homem do povo. Ele tem um olhar voltado para Deus, mas também com os braços abertos, estendidos para o povo. Aberto para acolher, para amar a expressão visível desse rosto de Deus que vem ao encontro da sociedade, na sua realidade hoje”.

Padre Mário Marcelo Coelho, doutor em Teologia Moral

“A impressão que trago do Papa neste primeiro ano de pontificado é de um homem profundamente sincero com Deus, consigo mesmo e por isso tão sincero com o povo. É como se Francisco fosse uma síntese de João Paulo II e Bento XVI, mas é claro com personalidade própria e também um perfil de governo próprio. Lembro-me que no dia anterior à sua eleição, entrevistei uma senhora de Buenos Aires que participava das celebrações de Bergoglio na catedral da capital argentina. Esta senhora me disse “ele (Francisco) não vai aguentar ficar aí dentro (Vaticano), vai logo dar um jeito de se lançar no meio do povo”. É o que Francisco tem feito desde o início de seu pontificado”

Daniel Machado de Assis, produtor do portal cancaonova.com e membro da Comunidade Canção Nova

“As primeiras impressões são as mais positivas possíveis, e partem de dois pontos: 1º) do carisma pessoal de Papa Francisco, que é inegável e contagiante. Lembremo-nos de que ele chegou sob um clima de muita tensão e expectativa, e facilmente conquistou o povo; e 2º) da ação divina – que para mim é o ponto mais importante, pois se vê a confirmação da promessa de Nosso Senhor quando entregou as chaves a Pedro; quem edifica a Igreja é Cristo Nosso Senhor (eu edificarei a minha Igreja) – Francisco é a pedra para os nossos tempos, mas a ação de edificar é de Cristo, e como a graça pressupõe a natureza, vemos que Cristo pode contar com uma grande Papa para conduzir seu povo”.

Padre Alessandro Henrique das Chagas, sacerdote da diocese de Lorena (SP)

“Um homem que veio da periferia de Buenos Aires, onde ele dava bastante atenção como cardeal, como arcebispo de Buenos Aires. Ele vem nos chamar a dar atenção às periferias do mundo, às periferias do nosso coração. É um Papa muito cativante. No primeiro momento, parecia ser um papa tímido, mas é muito cativante, pelo que fala, pelo que faz, pelo que escreve, e pela disposição que tem, apesar da idade (vai fazer 77 anos). Deus dê a ele muita força, sabedoria, e uma vida um pouco mais longa, para que ele consiga levar adiante aquilo que ele começou a fazer de uma forma muito autêntica na Igreja, as reformas que a Igreja precisa para continuar sendo a Igreja de Jesus Cristo”.

Padre Roger Araújo, membro da Comunidade Canção Nova

“O Papa Francisco é o homem certo, para o tempo certo, escolhido por Deus sem nenhuma dúvida. Neste um ano de Pontificado, tudo o que fez e em tudo o que fez ele despertou interesse, curiosidade, admiração e despertou, sobretudo, o espírito cristão no coração do povo católico. (…) Chamam-no de revolucionário da ternura, da Igreja, do Vaticano, por causa das mudanças todas que já tem feito e promovido, mas eu o chamo de o revolucionário do Espírito, justamente porque tudo o que esse homem fez atraiu para a igreja e para o coração dos próprios católicos o Espírito Santo”.

Ronaldo da Silva, jornalista e membro da Comunidade Canção Nova

“O Papa Francisco é, como dizia Santa Catarina de Sena, o doce Cristo na Terra. Com sua insistência na “cultura do encontro”, faz com que dia a dia vislumbremos a grande família à qual pertencemos. Esta cultura permite-nos sair de nossa autorreferencialidade e ir aos outros portando a docilidade e a alegria do olhar de Cristo”.

Thales Maciel Pereira, seminarista da diocese de Lorena (SP)

“Papa Francisco é o Papa da essência e do equilíbrio. Acompanhando-o durante esse tempo, essas são as palavras que, na minha opinião, mais sintetizam esse pontificado. ‘Essência’ porque Papa Francisco quer simplesmente nos conduzir a encarnar os sentimentos, os pensamentos, os gestos de Cristo, já que, somente dessa forma, faremos jus ao nome de cristãos. ‘Equilíbrio’ porque Francisco não veio para criar ou repropor partidos na Igreja, ou mesmo promover o “partido social” da Igreja. Papa Francisco é um homem equilibrado pois quer devolver à Igreja o sentido da sobriedade que caminha junto com a solidariedade; o respeito ao sagrado que caminha junto com a missão; o resgate do sentido dos sacramentos que caminha junto com o apostolado da misericórdia, e aí por diante”.

Mirticeli Medeiros, jornalista e membro da Comunidade Canção Nova

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