Dom Edson de Castro Homem revela a profundidade e a fecundidade das palavras e dos gestos que o Santo Padre deixou ao passar por terras brasileiras
André Cunha
Da Redação
Ele chegou ao país, às 15h43, do dia 22 de julho de 2013, e retornou à Itália na noite do dia 28 do mesmo mês. A visita de Francisco ao Brasil provocou grande impacto no catolicismo local, mas também em toda a Igreja universal. Sobretudo por causa de seus ensinamentos, dirigidos a todos os povos, mas especialmente aos jovens.
Esta foi a afirmação do bispo auxiliar do Rio de Janeiro, Dom Edson de Castro Homem. Segundo ele, as mensagens do Pontífice foram os principais destaques de sua primeira viagem apostólica. Uma mensagem, segundo ele, transmitida não só com palavras, mas, sobretudo, com gestos “um tanto expressivos”.
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Logo em sua chegada, o Pontífice percorreu as ruas do Rio de Janeiro com as janelas do carro abertas, cumprimentando fiéis que se aproximavam dele. Paradas para beijar e abraçar crianças. Sorrisos e olhares dirigidos a cada um em meio à multidão. Além disso, palavras acolhedoras e próximas ao povo brasileiro, mostrando como se sentiu acolhido.
“Desde o primeiro instante em que toquei as terras brasileiras e também, aqui, junto de vocês, me sinto acolhido. E é importante saber acolher; é algo mais bonito que qualquer enfeite ou decoração (…) Como diz o ditado, sempre se pode ‘colocar mais água no feijão!’”, disse o Pontífice na visita à Comunidade de Varginha, em Manguinhos.
Francisco também deixou mensagens de encorajamento à juventude, como quando, em encontro com jovens argentinos, pediu que os jovens lutassem pelos seus valores.
Em visita ao Hospital de São Francisco de Assis, o Papa lembrou que é preciso abraçar quem passa necessidade. “Frequentemente, porém, nas nossas sociedades, o que prevalece é o egoísmo. São tantos os “mercadores de morte” que seguem a lógica do poder e do dinheiro a todo o custo! A chaga do tráfico de drogas, que favorece a violência e que semeia a dor e a morte, exige da inteira sociedade um ato de coragem”.
Em linhas gerais, Dom Edson recorda a profundidade da mensagem que Francisco deixou em sua visita em solo brasileiro. “Uma mensagem fecunda, de ir ao encontro dos outros, às periferias geográficas e existenciais. Portanto, uma mensagem que revigora, compromete e responsabiliza. Anunciar Jesus Cristo com uma linguagem contemporânea. Creio que foi uma bênção extraordinária para a Igreja e também para a sociedade brasileira”, destacou.
De acordo com o bispo, não é possível dizer ainda se houve aumento no número de católicos no Brasil após a passagem do Papa. No entanto, ele enfatiza que a simpatia do Santo Padre agradou a muitos, o que, segundo ele, inovou a impressão do próprio papado, além de passar a imagem de uma Igreja capaz de atrair as pessoas.
Dom Edson destacaainda a forma como o Papa se relacionou com os jovens. “Foi de extraordinária beleza. Ele conseguiu se comunicar apresentando o conteúdo do Evangelho com simplicidade, deixou mensagens, não só para os jovens, mas também para bispos e outras categorias. Ele falou indistintamente! Mas para a juventude católica ele abriu um leque de perspectivas”.
O Papa, disse o bispo, “levantou o ânimo de todos nós, fez crescer a alegria de sermos católicos”. Esta alegria, segundo Dom Edson, deixou de ser apenas um “slogan de carro”, como exemplificou, mas se tornou realidade. “Agora, nós temos a missão de transmitir a alegria do Evangelho de anunciar Jesus, uma alegria que só a vivência da graça concede”, disse.
Para Dom Edson, o momento agora é de ler e reler as homilias e os discursos do Santo Padre no Brasil. “Isso é um trabalho que, acredito, está sendo feito, especialmente pelos bispos, porque o Santo Padre se referiu a nós, aqui do Brasil e também da América Latina, com palavras bastante estimulantes e envolventes”, concluiu.