Metropolita Hilarion destacou projetos comuns entre a Igreja católica e a Igreja ortodoxa russa, em especial sobre o Oriente Médio
Da Redação, com Vatican News
Como parte das audiências desta quinta-feira, 13, o Papa Francisco recebeu o chefe do Departamento para as Relações Exteriores do Patriarcado de Moscou, o Metropolita Hilarion de Volokolamsk. O encontro ocorre um dia após a recordação dos quatro anos do encontro histórico entre o Papa Francisco e o o Patriarca de Moscou e de toda a Rússia, Kirill, ocasião em que foi assinada por eles a Declaração de Havana.
Em entrevista ao Vatican News, o Metropolita Hilarion recordou que o encontro foi histórico não só por ter sido o primeiro entre um Pontífice e um Patriarca de Moscou, mas porque abriu uma nova página nas relações entre a Igreja ortodoxa russa e a Igreja católica romana.
“A tarefa do nosso grupo misto – à frente do qual estou eu e também o cardeal Koch – é colocar em pática o que foi dito e acordado entre o Papa e o Patriarca. No momento, neste grupo, temos dois tipos de colaboração: a colaboração cultural e a colaboração nos projetos mistos sociais. Esta foi a ocasião para discutir os projetos que realizaremos nesse ano e no próximo”.
O representante do patriarcado russo destacou que já se reuniu com Francisco várias vezes e em todos os encontros eles discutem o estado das relações bilaterais e os projetos que podem colocar em prática. Atualmente, o destaque é para os projetos humanitários no Oriente Médio, sendo prioridade um projeto de ajuda às crianças sírias que perderam alguma parte do corpo em virtude da hostilidade no país.
“É um projeto bastante complexo e muito caro, enquanto não se trata só de dar uma prótese, mas de organizar uma completa reabilitação que ajude essas crianças a se integrarem na sociedade. Gostaria que esses projetos estivessem no centro de nossa colaboração, projetos que levem ajuda aos sofredores, aos doentes e, sobretudo às crianças, porque acredito que precisamente esses projetos são a realização do que o Papa e o Patriarca conversaram em seu encontro em Cuba, mas também sobre o que o Salvador Jesus Cristo nos pediu a todos os católicos e ortodoxos.”.
A situação da Síria, pela qual o Papa tem feito repetidos apelos, é também uma preocupação da Igreja ortodoxa russa, afirma o Metropolita Hilarion. Ele acrescenta que esse foi, inclusive, o motivo principal do encontro do Papa e do Patriarca há quatro anos. “No Oriente Médio, existe praticamente um genocídio de cristãos. Durante muito tempo, a mídia e os políticos ocidentais preferiram não ver e não falar sobre isso, e precisamente o Papa e o Patriarca estiveram entre os primeiros a dizer que essa situação era uma ameaça, procurando atrair a atenção da mídia mundial. Devemos fazer todo o possível para preservar a presença cristã no Oriente Médio.”.
Além do encontro hoje com o Papa, o Metropolita Hilarion esteve nesta quarta-feira, 12, com o presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos, Cardeal Kurt Koch, na Conferência e no Concerto sobre o tema dos Santos – Sinais e sementes da unidade. Também hoje, ele apresenta ao público romano a tradução do livro “Morte e Ressurreição”, o último de uma série que faz parte da coleção “Jesus Cristo. Vida e Ensino”, publicada nos últimos anos.