Santo Padre recebeu, nesta quinta-feira, 31, no Vaticano, os participantes do XI Congresso Nacional do Movimento de Compromisso Educativo da Ação Católica
Da redação, com Vatican News
Tendo em vista o Jubileu, “tempo de semear esperança”, o Papa Francisco pediu aos fiéis que olhem para as crianças, os adolescentes e os jovens com confiança e empatia, “com o olhar e com o coração de Jesus”. “São o presente e o futuro do mundo e da Igreja”, reforçou. Segundo o Pontífice, “quem ama educa” e, por meio da educação, é possível expressar o amor pelos outros, “por quem é próximo ou que nos é confiado”. Por isso “educar sempre com amor!”, exortou.
Há muito do espírito da sua última Encíclica sobre o amor do Coração de Jesus no discurso que ele dirigiu na manhã desta quinta-feira, 31, aos participantes do XI Congresso Nacional do Movimento de Compromisso Educativo da Ação Católica (MIEAC, sigla em italiano). O encontro aconteceu na Sala do Consistório do Palácio Apostólico.
Valorizar a centralidade da pessoa
Educar, começou afirmando o Papa diante de uma centena de membros do movimento, “significa, antes de tudo, redescobrir e valorizar a centralidade da pessoa” em um contexto de relações onde seja promovida e desenvolvida a dignidade do homem.
Leia mais
.: Papa: ‘união entre escola e família é essencial para educação integral’
O desenvolvimento integral da pessoa, recordou ele, também está no centro do projeto formativo da Ação Católica Italiana e do Mieac, desde 1990, quando assumiu o legado do Movimento dos Professores Católicos, por uma educação que ajude a ” cultivar a interioridade, a transcendência, a espiritualidade”. E a esta ação educativa o movimento sempre se dedicou com criatividade, “atenção aos sinais dos tempos” e “deixando-se sempre iluminar pelo Evangelho”.
Terrenos inexplorados da educação cristã
O Pontífice sublinhou que nesta “mudança de época” e no processo de secularização, a atividade educativa enfrenta “um horizonte quase inédito”. A educação cristã atravessa terrenos inexplorados, marcados por mudanças antropológicas e culturais, para os quais ainda procuram-se respostas à luz da Palavra de Deus.
Mas muitas famílias, prosseguiu o Papa, escolas, comunidades paroquiais, associações e a própria pedagogia são portadoras de experiências positivas. Junto a elas é importante e urgente ser – e esta é uma expressão do Mieac – “educadores de grande coração… nos labirintos da complexidade”, que incide nas relações humanas.
“Pelo bem das crianças, dos jovens e dos adultos que vivem ao vosso lado, sois chamados a alargar o coração, a não ter medo de propor ideais elevados, sem desanimar diante das dificuldades”, frisou.
Relacionamentos sólidos com outros sujeitos educativos
Para não perder o fio da meada nestes “labirintos da complexidade”, esclareceu ainda Francisco, é importante “construir e fortalecer relações profícuas com os vários sujeitos do processo educativo”, das famílias aos professores, dos treinadores desportivos aos catequistas, até os sacerdotes, religiosos e religiosas, “sem negligenciar a colaboração com as instituições públicas”. “No Congresso que vocês estão vivendo nestes dias – recordou – vocês renovaram o compromisso de levar adiante uma ideia e uma prática de educação que efetivamente coloque no centro a pessoa, o seu imprescindível valor e sua originária dignidade, para que sejam sempre e em qualquer caso considerada um fim e nunca reduzida a um meio, por nenhum motivo”.
E, olhando para o próximo Jubileu, o Pontífice deixou um último mandato aos educadores do movimento: acompanhar, apoiar e encorajar as crianças, adolescentes e jovens, e com o testemunho, “indicar-lhes o bom caminho que leva a ser ‘fratelli tutti'”, tendo em conta que “quem ama educa”, como o título de um livro promovido pela Ação Católica.
Na sua saudação, antes da bênção final, Francisco confiou o Movimento de Compromisso Educativo da Ação Católica à intercessão do venerável Giuseppe Lazzati, “um professor e testemunha credível, um modelo de educador cristão em quem nos inspirar”.