Em encontro com magistrados italianos, Francisco falou da ética que reveste a magistratura e a prudência inerente a esse serviço
Jéssica Marçal
Da Redação
Papa Francisco encontrou-se na manhã desta terça-feira, 17, com membros do Conselho Superior da Magistratura italiana. Ele manifestou seu reconhecimento ao serviço prestado pelos juízes, destacando a ética que reveste o trabalho dos magistrados e a prudência como um fator determinante.
Francisco recordou o fato de que, em cada país, as normas jurídicas buscam proteger a liberdade e a independência do magistrado para que este exerça seu trabalho. Ele destacou que essa independência, bem como a objetividade do julgamento, requer atenta e pontual aplicação das leis vigentes. “A certeza do direito e o equilíbrio dos diversos poderes de uma sociedade democrática são resumidos no princípio da legalidade através da qual o juiz opera.”
O Santo Padre elencou ainda as características que um juiz deve ter, tendo em vista a importância do seu papel decisivo na sociedade. Trata-se de qualidades intelectuais, psicológicas e morais, sendo a prudência um fator dominante.
“É uma virtude de governo, uma virtude para levar as coisas adiante, a virtude que inclina a ponderar com serenidade as razões de direito e de fato que devem estar na base do julgamento. Terá mais prudência se tiver um elevado equilíbrio interior, capaz de dominar as pressões provenientes do próprio caráter, das próprias visões pessoais, das próprias convicções ideológicas”.
O discurso de Francisco terminou com um encorajamento para que os juízes se esforcem sempre mais para serem um exemplo de integridade moral para toda a sociedade. “O Senhor, justo Juiz e Pai de misericórdia, ilumine as vossas vidas e as vossas ações”.
O encontro do Papa com os magistrados estava marcado para 9 de junho, mas foi adiado devido a uma indisposição do Santo Padre a ocasião. Antes de começar seu discurso hoje, Francisco desculpou-se pelo incidente.