Francisco enviou mensagem a participantes de encontro religioso sobre emprego ético da inteligência artificial na busca pela paz
Da Redação, com Boletim da Santa Sé
O Papa Francisco enviou uma mensagem para o encontro “Ética da IA para a Paz”, realizado entre 9 e 10 de julho em Hiroshima, no Japão. O evento reúne líderes das principais religiões mundiais para reafirmar seu compromisso em garantir que a inteligência artificial (IA) seja desenvolvida de forma ética e responsável em favor da paz.
O encontro é coorganizado pela Pontifícia Academia para a Vida (PAV), Religiões pela Paz do Japão, Fórum de Abu Dhabi pela Paz dos Emirados Árabes Unidos e o Rabinato Central de Israel para as Relações Religiosas. O principal momento do fórum será a assinatura do “Chamado de Roma pela Ética na IA”, emitido em 2020 pela PAV e promovido pela Fundação RenAIssance, enfatizando a importância de orientar o desenvolvimento da inteligência artificial com princípios éticos para garantir que ela sirva para o bem da humanidade.
Em sua mensagem, o Papa recorda seu próprio discurso aos líderes do G7, em 14 de junho. Na ocasião, Francisco destacou que, diante das escolhas técnicas feitas por inteligências artificiais com base em estatísticas e critérios bem definidos, o ser humano é capaz, em seu coração, de decidir.
“A decisão é um elemento que poderíamos definir como mais estratégico do que uma escolha e requer uma avaliação prática”, afirmou o Santo Padre, reconhecendo que o ato de governar implica em tomadas de decisões importantes. “Diante dos prodígios das máquinas, que parecem saber escolher de forma independente, devemos ter claro que a decisão deve sempre ficar ao ser humano, mesmo com os tons dramáticos e urgentes com que isso às vezes aparece em nossas vidas”, frisou o Pontífice em seu discurso no G7.
“A própria dignidade humana está em jogo”
Ele também enfatizou que a humanidade estaria condenada a um futuro sem esperança se for retirada das pessoas a possibilidade de decidir sobre si mesmas ao confiar as escolhas às máquinas. “A própria dignidade humana está em jogo”, alertou o Papa.
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Diante disso, Francisco reforça seu elogio à iniciativa em sua mensagem, exortando os participantes a mostrar ao mundo que, “unidos, pedimos um compromisso ativo para proteger a dignidade humana nesta nova era de utilização de máquinas”.
Além disso, ao lembrar das guerras que têm impactado tantas pessoas, Francisco sublinha a importância de lembrar que “num drama como o dos conflitos armados é urgente repensar o desenvolvimento e a utilização de dispositivos como as chamadas ‘armas letais autónomas’, para proibir a sua utilização, começando já com um compromisso ativo e concreto de introduzir um controle humano cada vez maior e significativo”.
Por fim, o Santo Padre pontua que a inclusão da diversidade cultural dos povos e das religiões na governança da inteligência artificial “é uma chave estratégica para o sucesso do seu compromisso com a gestão sábia da inovação tecnológica”.