Francisco se reuniu, na Sala Paulo VI, com cerca de seis mil alunos da Rede Nacional de Escolas para a Paz que conta com 137 institutos em 94 cidades de toda a Itália
Da Redação, com Vatican News
Nesta sexta-feira, 19, na Sala Paulo VI, no Vaticano, o Papa Francisco recebeu em audiência, cerca de seis mil alunos da Rede Nacional de Escolas para a paz que estavam acompanhados por seus professores. Francisco iniciou seu discurso agradecendo a todos os presentes no encontro.
“Obrigado porque com paixão e generosidade vocês se comprometem a trabalhar na obra do futuro, vencendo a tentação de uma vida centrada apenas no hoje, que corre o risco de perder a capacidade de sonhar alto. Hoje, mais do que nunca, é necessário viver com responsabilidade, ampliando os horizontes, olhando para frente e semeando a cada dia as sementes de paz que amanhã poderão germinar e dar frutos”, enfatizou.
Cúpula do Futuro
Em seguida, Francisco recordou que em setembro acontecerá em Nova York, a Cúpula do Futuro convocada pela ONU para abordar os grandes desafios globais e assinar um pacto para o futuro e uma declaração sobre as gerações futuras. “Este é um evento importante, e a contribuição de vocês também é necessária para que não fique apenas no papel, mas se concretize e se realize por meio de caminhos e ações de mudança”, acrescentou.
“Vocês são chamados a ser protagonistas e não espectadores do futuro. A convocação desta Cúpula Mundial, de fato, nos lembra que todos nós somos chamados a construir um futuro melhor e, acima de tudo, que devemos construí-lo juntos! Não podemos simplesmente delegar nossas preocupações ao ‘mundo vindouro’ e a resolução de seus problemas às instituições designadas e àqueles com responsabilidades sociais e políticas específicas. É verdade que esses desafios exigem competências específicas, mas é igualmente verdade que eles nos dizem respeito, tocam a vida de todos e exigem de cada um de nós uma participação ativa e um compromisso pessoal”, comentou.
Não cuidar apenas do próprio “jardim”
Segundo Francisco, num mundo globalizado, onde todos somos interdependentes, não é possível proceder como indivíduos que cuidam apenas de seu próprio jardim. Os desafios de hoje e, sobretudo, os riscos que, como nuvens escuras, pairam sobre nós, ameaçando o nosso futuro, tornaram-se também globais.
“Este é um sonho que exige estar acordado, não dormindo! Sim, porque é realizado trabalhando, e não dormindo; andando pelas ruas, e não deitado no sofá; usando bem os meios de informação, e não perdendo tempo nas redes sociais. Então, ouçam bem, esse tipo de sonho se realiza rezando, ou seja, junto com Deus, e não apenas com as nossas próprias forças”, destacou.
“Queridos alunos e professores, vocês colocaram duas palavras-chave no centro do seu compromisso: paz e cuidado. São duas realidades ligadas entre si: a paz não é apenas o silêncio das armas e a ausência de guerra; é um clima de benevolência, confiança e amor que pode amadurecer numa sociedade fundada em relações de cuidado, em que o individualismo, a distração e a indiferença dão lugar à capacidade de prestar atenção ao outro, de o ouvir nas suas necessidades fundamentais, para curar suas feridas, de ser para ele ou para ela instrumentos de compaixão e cura. Este é o cuidado que Jesus tem pela humanidade, em particular pelos mais frágeis, e do qual o Evangelho nos fala muitas vezes. Do ‘cuidado’ recíproco nasce uma sociedade inclusiva, fundada na paz e no diálogo”, salientou.
Sejam artesãos da paz
Francisco pediu aos alunos e professores da Rede Nacional de Escolas para a Paz para que sejam artesãos da paz neste tempo ainda marcado pela guerra, que sejam protagonistas da inclusão; num mundo dilacerado por crises globais, que sejam construtores do futuro, para que a nossa Casa comum se torne um lugar de fraternidade. Pensem nas crianças que estão na guerra, pensem nas crianças ucranianas que se esqueceram de sorrir… Rezem por essas crianças, coloquem em seus corações as crianças que estão na guerra. Pensem nas crianças de Gaza, metralhadas, que passam fome. Pensem nas crianças.
Por fim, Francisco convidou os alunos e professores da Rede Nacional de Escolas para a Paz a fazerem um pouco de silêncio para pensar nas crianças ucranianas e nas crianças de Gaza.