A guerra é violência sem sentido, devemos ser artesãos de paz; disse Parolin
Da Redação, com Vatican News
Nesta segunda-feira,16,o secretário de Estado cardeal Pietro Parolin lembrou as boas relações entre o Vaticano e o Estado norte-africano, reiterando os apelos do Papa pelo fim dos conflitos na Ucrânia.
“Neste período marcado por uma violência sem sentido, a Santa Sé está comprometida em contribuir ao esforço pela paz, que, junto com a justiça e a fraternidade, é também um dom de Deus que suplicamos fervorosamente”, afirmou o cardeal.
A pandemia e o conflito na Ucrânia são as principais preocupações que busca responder com uma arquitetura de paz às instituições, mas também o artesanato de paz diz respeito a todos nós, explica.
Respeito à dignidade humana
“O nosso mundo tem sede de paz, deste bem invisível que requer o esforço e a contribuição constante de todos”, afirma Parolin.
Também em relação à pandemia, acrescenta o cardeal, é necessário desenvolver processos concretos a serviço da paz, colocando no centro de toda ação a sagrada dignidade da pessoa humana e o respeito ao bem comum. Somos todos chamados a contribuir para uma arquitetura global e permanente de paz”.
O Secretário de Estado recorda as palavras do Papa ao corpo diplomático da Santa Sé e, em particular, destaca duas palavras-chave centros essenciais: o diálogo e a fraternidade.
Várias vezes nos últimos dias, o Papa Francisco exortou todos os atores da comunidade internacional a se comprometerem concretamente a pôr um fim a esta terrível guerra.
Paz e desenvolvimento
O cardeal Parolin também lembra o estabelecimento de relações diplomáticas entre a Santa Sé e o Marrocos que começou em 1976.
Logo depois, a visita de João Paulo II, em 1985, e a de Francisco, em 2019, descreveu o país como uma ponte natural entre a África e a Europa, e exortou a construir um mundo mais unido e mais comprometido com um diálogo que respeite as especificidades de cada povo e de cada cidadão.
Paz, mas também desenvolvimento, conceitos – lembra o cardeal – reiterados pelo Papa em uma mensagem ao Nono Fórum Mundial da Água em Dacar, sendo este último um “verdadeiro símbolo de partilha, de diálogo construtivo”. O convite é para trabalhar juntos, especialmente para combater o problema da seca que tem afetado as áreas rurais do Marrocos nos últimos tempos.
O valor da tolerância
O discurso do cardeal Parolin também incluiu um pensamento ao novo santo Charles de Foucauld, que visitará o Marrocos e cuja presença teve um grande impacto sobre a Igreja Católica no Magrebe e deu origem a muitas iniciativas para dar expressão concreta ao apelo do Concílio Vaticano II ao diálogo com as outras religiões, especialmente com os muçulmanos.
“Marrocos é um país rico em beleza, e sempre foi um ponto de encontro de civilizações”, caracterizado por uma tradição de tolerância, pontuou o Secretário de Estado.
E por fim, ideologias e slogans não nos ajudarão a enfrentar os problemas de nossa vida diária e da sociedade. Somente valores espirituais e morais podem fazer isso, graças a Deus e sua misericórdia.