Oração pelos falecidos

Após Missa de Finados, Papa reza no memorial das Fossas Ardeatinas

No local, em 24 de março de 1944, 335 civis e militares foram mortos por tropas de ocupação nazista

Rádio Vaticano 

Em visita ao memorial, Papa deposita flores nos túmulos dos falecidos / Foto: Reprodução CTV

Após a Missa de Finados nesta quinta-feira, 2, no Cemitério estadunidense de Nettuno, o Papa Francisco dirigiu-se ao memorial das Fossas Ardeatinas para um momento de oração.

No local, em 24 de março de 1944, 335 civis e militares foram trucidados por tropas de ocupação nazistas, em represália pelo atentado contra uma patrulha do regimento Bozen, que matou 33 soldados alemães.

Ao entrar nas grutas, Francisco permaneceu por quase cinco minutos em oração diante do local onde ocorreu a chacina. Após, caminhou pelos corredores de pedra até chegar ao local onde estão os túmulos de das vítimas, sobre os quais depositou uma rosa branca.

Durante o percurso, o Pontífice esteve acompanhado por oficiais do exército italiano que lhe explicaram os acontecimentos daquele dia e pelo Rabino Chefe da Comunidade de Roma, Riccardo Di Segni, que cantou uma oração em hebraico, momento que foi seguido por palavras do Papa Francisco.

“Deus de Abraão, de Isaac, Deus de Jacó, com este nome te apresentaste a Moisés quando lhe revelaste a vontade de libertar o Teu povo da escravidão do Egito. Deus de Abraão, Deus de Isaac e de Jacó, Deus que faz aliança com o homem, Deus que se liga com um pacto de amor fiel para sempre, misericordioso e compassivo com cada homem e cada povo que sofre opressão. “Observei a miséria de meu povo, ouvi o seu grito, conheço os seus sofrimentos””.

“Deus dos rostos e dos nomes, Deus de um dos 335 homens trucidados aqui, em 24 de março de 1944, cujos restos repousam nestes túmulos. Tu, Senhor, conheces as suas faces e os seus nomes: todos, também os 12 que continuam desconhecidos para nós. Para ti, nenhum é desconhecido”.

“Deus de Jesus, Pai nosso que estás nos Céus: graças a Ele, o Crucificado ressuscitado, nós sabemos que o Teu nome – Deus de Abraão, Deus de Issac e Deus de Jacó – quer dizer que não és o Deus dos mortos, mas dos vivos, que a Tua aliança de amor fiel é mais forte do que a morte e é garantia de ressurreição”.

“Faz, Senhor, que neste lugar consagrado à memória dos caídos pela liberdade e a justiça, tiremos os calçados do egoísmo e da indiferença e por meio da sarça ardente deste mausoléu, escutemos no silêncio o Teu nome: Deus de Abraão, Deus de Isaac, Deus de Jacó, Deus de Jesus, Deus dos vivos. Amém”.

Antes de deixar o local, o Santo Padre deixou escrito no Livro de Honra as seguintes palavras: “Estes são os frutos da guerra: ódio, morte, vingança. Perdoa-nos, Senhor”.

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