Na homilia de hoje, Santo Padre falou da necessidade de sentir vergonha diante de Deus pelos pecados e pedir para ser curado
Da Redação, com Rádio Vaticano
A homilia do Papa Francisco nesta sexta-feira, 6, foi inspirada nas palavras do profeta Baruc na liturgia do dia, que fala sobre a desobediência à lei de Deus, isto é, o pecado, e ao mesmo tempo indica o verdadeiro caminho para pedir perdão. “Justiça a Deus e a nós, corar de vergonha”, diz o profeta.
Francisco repassou o texto litúrgico, concentrando-se antes de tudo na realidade do pecado que caracteriza todos os homens, como na profecia de Baruc: “sacerdotes, reis, príncipes e pais”.
“Ninguém pode dizer: ‘Eu sou justo’ ou ‘eu não sou como aquele ou como aquela’. Eu sou pecador. Eu diria que é quase o primeiro nome que todos temos: pecadores. E depois, por que somos pecadores? Desobedecemos – sempre em relação com o Senhor: Ele disse uma coisa e nós fizemos outra. Não ouvimos a voz do Senhor. Ele nos falou tantas vezes. Na nossa vida, cada um pode pensar: “Quantas vezes o Senhor falou para mim… Quantas vezes não o escutei!”. Falou pelos pais, pela família, pelo catequista, na igreja, nas pregações, também falou no nosso coração”.
O homem, no entanto, se rebela e este é o pecado, disse o Papa, é “rebelião”, é “obstinação” em seguir inclinações perversas do coração, caindo em pequenas idolatrias de cada dia, cobiça, inveja e ódio. Em particular, ressaltou, a maledicência, que é aquele “falar pelas costas”, o que o Pontífice definiu como “guerra do coração para destruir o outro”.
E é por causa do pecado – como está escrito na página de Baruc – que tantas calamidades perseguem o homem, porque o pecado arruína o coração, destacou o Papa, arruína a vida, a alma, enfraquece, adoece, é sempre um pecado em relação a Deus.
“Não é uma mancha para tirar. Se fosse uma mancha, bastaria ir à lavanderia para ser limpa… Não! O pecado é uma relação de rebelião contra o Senhor. É feio em si mesmo, mas feio contra o Senhor que é bom. E se eu penso assim os meus pecados, ao invés de entrar em depressão, tenho aquele grande sentimento: a vergonha, a desonra que diz o profeta Baruc. A vergonha é uma graça”.
A vergonha “abre a porta à cura”. Este é, então, o convite que o Papa dirigiu a todos, ao concluir sua reflexão: sentir vergonha diante do Senhor pelos pecados e pedir para ser curado.
“Quando o Senhor nos vê assim, envergonhados por aquilo que fizemos, e com humildade pedimos perdão, Ele é onipotente, apaga, nos abraça, nos acaricia e nos perdoa. Mas este é o caminho para chegar ao perdão, aquele que hoje o Profeta Baruc nos ensina. Louvemos hoje ao Senhor porque quis manifestar a onipotência justamente na misericórdia e no perdão; depois, também na criação do mundo, mas isto por segundo. Sobretudo na misericórdia e no perdão, e diante de um Deus assim tão bom, que perdoa tudo, que tem tanta misericórdia, peçamos a graça da vergonha”.