Papa: união de jovens e idosos é esperança para o futuro da humanidade

Na Catequese desta quarta-feira, 15, Francisco destacou que o diálogo entre jovens, crianças e avós é fundamental para a sociedade e para a Igreja 

Da redação, com Vatican News

Foto: REUTERS/Yara Nardi

“O serviço alegre da fé que se aprende com gratidão”. Este foi o tema da Catequese do Papa Francisco na Audiência Geral desta quarta-feira, 15, realizada na Praça São Pedro.

Dando continuidade ao tema da velhice, o Santo Padre recordou o episódio da cura da sogra de Simão, que ainda não é chamado Pedro, na versão do Evangelho de Marcos.

“A sogra de Simão estava na cama com febre”, escreve Marcos. “Não sabemos se foi uma doença leve, mas na velhice até mesmo uma simples febre pode ser perigosa. Quando se é velho, não se controla mais o corpo. É preciso aprender a escolher o que fazer e o que não fazer. O vigor do corpo falha e nos abandona, ainda que nosso coração não pare de desejar. É preciso então aprender a purificar o desejo: ser paciente, escolher o que pedir ao corpo, à vida”, refletiu o Pontífice.

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Limitações e ajuda da comunidade

Segundo o Papa, quando o homem envelhece não pode fazer o mesmo que fazia quando era jovem. “O corpo tem outro ritmo, e devemos ouvir o corpo e aceitar os limites. Todos nós temos, não é? Eu também tenho que caminhar com uma bengala agora, certo? A doença pesa sobre os idosos de uma maneira diferente e nova em relação a quando se é jovem ou adulto. É como um golpe duro que atinge num momento já difícil”, destacou.

Para Francisco, a comunidade cristã deve tomar conta dos idosos. A visita aos idosos deve ser feita por muitos, juntos e com frequência, frisou. O Santo Padre ressaltou que ninguém deve esquecer estas três linhas do Evangelho. Especialmente hoje em dia, comentou, o número de idosos cresceu consideravelmente, também em proporção aos jovens, porque este inverno demográfico não faz filhos.

“Há muito mais idosos e poucos jovens. Devemos sentir a responsabilidade de visitar os idosos que, muitas vezes, estão sozinhos e apresentá-los ao Senhor com nossas orações. A vida é preciosa”, destacou.

Cultura do desperdício

Na sequência, o Pontífice alertou que a cultura do desperdício parece cancelar os idosos. De acordo com ele, tal prática não os mata, mas os apaga socialmente, como se fossem um fardo a ser carregado: “é melhor escondê-los”.

O Papa frisou que tal comportamento é uma traição da própria humanidade. “Isso é a pior coisa, isso é selecionar a vida de acordo com a utilidade, de acordo com a juventude e não com a vida como ela é, com a sabedoria do idoso, com os limites dos idosos”.

Idosos e sua contribuição para a sociedade

“Os idosos têm muito para nos dar: têm a sabedoria da vida. Tanto para nos ensinar: por isso devemos ensinar às crianças para que cuidem deles, para que vão aos seus avós. O diálogo entre jovens, crianças e avós é fundamental, é fundamental para a sociedade, é fundamental para a Igreja, é fundamental para a saúde da vida. Onde não há diálogo entre jovens e idosos, falta alguma coisa e cresce uma geração sem passado, ou seja, sem raízes”, disse Francisco.

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O Santo Padre recordou que a sogra de Pedro, antes que os Apóstolos entendessem, ao longo do caminho a sequela de Jesus, mostrou o caminho também a eles. O Papa também sublinhou a especial delicadeza de Jesus, que lhe “tocou a mão” e “inclinou-se delicadamente” sobre ela. Jesus “deixou claro, desde o início, sua especial sensibilidade para com os frágeis e os doentes, que o Filho de Deus certamente tinha aprendido com sua Mãe”.

Por fim, o Pontífice pediu que a sociedade deixe que os idosos, que os avós estejam próximos às crianças, aos jovens para transmitir-lhes a memória da vida, para transmitir-lhes a experiência de vida, a sabedoria da vida. “Na medida em que fazemos com que jovens e idosos se encontrem, nessa medida haverá mais esperança para o futuro de nossa sociedade”, completou.

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