Em ‘O Vídeo do Papa’ de julho, Francisco afirma que o sacramento da Unção dos Enfermos não é só para quem está “preste a morrer”; Um “sinal visível de compaixão e de esperança”, disse
Da redação, com O Vídeo do Papa
A intenção de oração do Papa Francisco para este mês é a pastoral dos enfermos, precisamente o sacramento da Unção dos Enfermos. Em ‘O Vídeo do Papa’, divulgado nesta terça-feira, 2, o Santo Padre pediu orações “para que o sacramento da Unção dos Enfermos dê às pessoas que o recebem e aos que lhes são mais próximos a força do Senhor e se torne cada vez mais para todos um sinal visível de compaixão e esperança”.
“Quando o sacerdote se aproxima de uma pessoa para lhe dar a Unção dos Enfermos, não está necessariamente a ajudá-la a despedir-se da vida. Pensar assim é desistir de toda a esperança. É dar por adquirido que depois do padre vem o coveiro”, comentou o Pontífice no início do vídeo.
Os sacramentos da Igreja são dons, as formas como Jesus se faz presente para abençoar, animar, acompanhar, consolar. A Igreja acredita e confessa que o sacerdote vem ajudar, ao administrar a Unção dos Enfermos, um sacramento que proporciona consolo aos que sofrem alguma doença e aos seus mais próximos.
Sacramento com dimensão comunitária
O convite do Papa Francisco à oração de toda a Igreja é uma forma de tornar visível que a Unção dos Enfermos é um sacramento de natureza comunitária e relacional.
“No momento da dor e da doença, não estamos sós: o sacerdote e quantos estão presentes durante a Unção dos enfermos representam toda a comunidade cristã, que, como um único corpo se estreita em volta de quem sofre e dos familiares, alimentando neles a fé e a esperança, e apoiando-os com a oração e com o calor fraterno”, afirmou o Pontífice perante milhares de fiéis, numa audiência geral, em fevereiro de 2014, dedicada a este sacramento.
Proximidade de Jesus
Este sacramento assegura a proximidade de Jesus à dor de quem jaz enfermo ou do idoso, o alívio dos seus sofrimentos e o perdão dos seus pecados, mas não é sinônimo da recepção de um milagre de cura do corpo nem de uma morte iminente.
A Unção dos Enfermos é, frequentemente, um sacramento esquecido ou menos reconhecido, continuou o Papa. No entanto, “é o próprio Jesus que chega para aliviar o doente, para lhe dar força, para lhe dar esperança, para o ajudar; também para lhe perdoar os pecados. E isto é muito bonito!” – daí a sua importância pastoral.
Unção dos Enfermos à luz dos Evangelhos
O diretor internacional da Rede Mundial de Oração do Papa, padre Frédéric Fornos, SJ, salientou que, embora já haja muitas pessoas que redescobriram a profundidade do Sacramento da Unção dos Enfermos, este ainda é visto, frequentemente, como uma forma de preparar os doentes para a morte. “É isto que o Papa Francisco diz, quando recorda que, quando alguém está gravemente doente, queremos sempre adiar o sacramento da Unção dos Enfermos, pois persiste a ideia de que o coveiro chega depois do sacerdote (audiência geral de 26 de fevereiro de 2014). Por isso, o Papa Francisco deseja que este mês possamos redescobrir toda a profundidade e o verdadeiro sentido deste sacramento, não apenas como preparação para a morte, mas como um sacramento que consola os doentes em alturas de doença grave, bem como os que lhe são queridos, e dá força a quem lhes cuida”.
“A pessoa doente não está sozinha; com os sacerdotes e as pessoas presentes, é toda a comunidade cristã que a apoia com as suas orações, alimentando a fé e a esperança, e assegurando-lhe, bem como à família, que não estão sós no seu sofrimento. Todos conhecemos pessoas doentes, rezemos por elas, e se entendemos que padecem uma doença grave, bem como aos idosos cujas forças declinam, não tenhamos dúvidas em propor-lhes que vivam este sacramento de consolação e esperança”, concluiu o sacerdote.