ORAÇÃO

Papa: “um povo que reza tem futuro, buscando força e esperança no Alto”

Em seu primeiro discurso na passagem por Papua-Nova Guiné, Francisco enfatizou importância da oração, orientando o espírito para realidades maiores

Da Redação, com Vatican News

Papa Francisco faz primeiro discurso durante visita a Papua-Nova Guiné / Foto: Vatican Media/Hans Lucas via Reuters Connect

Iniciando seus compromissos oficiais em Papua-Nova Guiné, o Papa Francisco fez uma visita de cortesia ao governador-geral do país, Bob Bofeng Dadae. A audiência privada aconteceu neste sábado, 7, na Government House.

Na sequência, o Pontífice se dirigiu a APEC Haus para o encontro com as autoridades, com a sociedade civil e com o corpo diplomático de Papua-Nova Guiné. Na ocasião, fez seu primeiro discurso no país, destacando especialmente a oração.

Em sua fala, o Santo Padre declarou-se “fascinado” pela riqueza cultural extraordinária do país, formado por centenas de ilhas, onde se falam mais de oitocentas línguas. “Imagino que esta enorme variedade seja um desafio para o Espírito Santo, que cria harmonia a partir das diferenças”, expressou.

Francisco pontuou que o país também é rico em recursos terrestres e hídricos, destinados por Deus a toda a comunidade. Desta forma, é justo que as necessidades das populações locais sejam levadas em conta na distribuição dos lucros e no emprego da mão de obra, de modo a produzir uma melhora efetiva das suas condições de vida.

Além disso, o Papa pediu o fim das violências tribais, que causam muitas vítimas. “Apelo, pois, ao sentido de responsabilidade de todos para que se ponha termo à espiral de violência e se caminhe resolutamente pela via que conduz a uma cooperação frutuosa, em benefício de todo o povo do país”, declarou.

Importância da oração

Prosseguindo com seu discurso, o Pontífice sinalizou que nem só dos bens de primeira necessidade vive o homem: é necessária uma grande esperança no coração. “A abundância de bens materiais sem este sopro da alma”, observou, “não basta para dar vida a uma sociedade vital e serena, trabalhadora e alegre; pelo contrário, fecha-se sobre si mesma”.

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Neste contexto, o Santo Padre sublinhou a necessidade de orientar o espírito para realidades maiores. O lema da visita a Papua-Nova Guiné recorda exatamente isso, resumido no verbo “pray” (que significa “rezar”). “Talvez alguém, demasiado respeitador do ‘politicamente correto’, fique surpreendido com esta escolha; mas, na realidade, engana-se, porque um povo que reza tem futuro, buscando força e esperança no Alto”, afirmou.

Francisco fez votos de que a fé dos cristãos em Papua-Nova Guiné nunca se reduza à observância de rituais e preceitos, mas que consista em amar Jesus Cristo e segui-lo. Além disso, felicitou as comunidades cristãs pelas obras de caridade que realizam no país e citou as palavras do governador-geral para reiterar a importância das mulheres no desenvolvimento humano e espiritual.

“O Evangelho é para todos os povos”

“É com alegria que começo a minha visita entre vocês”, manifestou o Papa, agradecendo por terem lhe aberto as portas do país, “tão longe de Roma e, no entanto, tão próximo do coração da Igreja Católica”.

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“No coração da Igreja está o amor de Jesus Cristo, que na cruz abraçou todos os homens”, frisou o Pontífice, acrescentando que “o Evangelho é para todos os povos: não está ligado a nenhum poder terreno, mas é livre para fecundar todas as culturas e fazer crescer no mundo o Reino de Deus”.

No final do encontro, o Santo Padre cumprimentou brevemente vários dignitários do governo, da sociedade civil e do corpo diplomático de Papua-Nova Guiné, bem como líderes de vários países e organizações do Pacífico, incluindo o primeiro-ministro de Vanuatu, o presidente de Nauru, o primeiro-ministro de Tonga e o secretário-geral do Secretariado do Fórum das Ilhas do Pacífico.

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